SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

'Zero em tudo

“Análises realizadas pela equipe técnica da DAEB [Diretoria de Avaliação da Educação Básica] constataram que em todos o casos, (sic) as escolas tiveram na base de inscritos do Enem 2012 mais estudantes concluintes que o total de estudantes concluintes presentes no Censo escolar 2012, o que gera uma taxa de participação superior a 100%, o que impediu o cálculo da média”.

Aloizio Mercadante, disfarçado de nota do Ministério da Educação, ao tentar explicar as mudanças no ranking do Enem, mostrando que não escaparia de um zero com louvor e do último lugar numa prova de redação restrita a alunos do jardim da infância.

 

Papuda faz mal à saúde

“Seguimos, pois, preocupados com sua saúde, já que, por óbvio, a cadeia, mesmo em regime semiaberto, não apresenta condições mínimas para seu completo tratamento e recuperação”.

Luiz Fernando Pacheco, advogado de José Genoino, sobre o laudo médico emitido pela Universidade de Brasília que afirma que o deputado mensaleiro não precisa cumprir prisão domiciliar, revelando que a doença que atormenta seu cliente é conhecida nos meios científicos como S 13.

 

Alma machucada

“Dói na alma. Aqueles que fizeram muito mais nunca pagaram”.

Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República e caixa preta do PT, nesta segunda-feira, em aula magna na Universidade Brasília, sobre os mensaleiros engaiolados, revelando que até ele está exposto a surtos de remorso.

 

Bandidagem solidária

“Não tenho idade nem tempo para sofrer patrulhamento”.

Jader Barbalho, senador pelo PMDB do Pará, ao declarar-se contra qualquer tipo de voto aberto no Congresso, avisando que faz questão de continuar socorrendo clandestinamente os colegas de delinquência ameaçados pela cassação do mandato.

 

Monoglota internacional

“Tenho certeza de que o povo chileno saberá escolher a pessoa mais comprometida com este país, com a construção de uma integração sólida na América Latina e, principalmente, a candidata com coração para cuidar de todos, especialmente das pessoas mais pobres”.

Lula, durante a passagem do palanque ambulante pelo Chile, pedindo votos para Michelle Bachelet com o mesmíssimo palavrório que usou como cabo eleitoral de Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, Roseana Sarney, Ideli Salvatti, Maria do Rosário, Ana Júlia Carepa, Vanessa Grazziotin, Marta Suplicy e outras maravilhas da fauna feminina brasileira e latino-americana.

 

Estrategista em campanha

“O eleitor ainda não me identifica com o governo Sério Cabral. Meu objetivo agora é colar no ótimo/bom  do Cabral”.

Luiz Fernando Pezão, vice-governador do Rio e candidato ao governo pelo PMDB, revelando o que pretende fazer para tornar-se protagonista de um dos maiores fiascos eleitorais da história do Brasil.

 

Pensador do Planalto

“As escolas que estão nas periferias das grandes cidades, nas regiões mais pobres do Brasil, não têm o mesmo desempenho que as outras. Os alunos não têm a mesma formação ao longo da vida. Não têm as mesmas opções que as escolas de elite. Isso é sempre um recorte. Por isso a gente questiona um pouco essa política de ranking”.

Aloizio Mercadante, ministro da Educação nas horas vagas, sobre o ranking das dez escolas com melhor desempenho na prova de redação do Enem, que inclui apenas uma representante da rede pública, explicando em dilmês de botequim que rico é diferente de pobre.

 

Culpa do cachorro

“Nunca se esqueça: aqui você tem de ter cuidado, porque é preso por ter um cachorro, e por não tê-lo”.

Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal espanhol El País, sem esclarecer se José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares têm cachorro ou não têm.

 

Tudo a ver (3)

“Recebam as ocupações como nossa homenagem”.

José Rainha Jr., líder do MST da Base (dissidência do MST), informando que, enquanto houver algum mensaleiro preso, o bando que lhe garante um vidaço de latifundiário vai continuar destruindo fazendas produtivas.

 

Deu no que deu

“Na minha opinião, os inquéritos e as ações não vão dar em nada”.

José Eduardo Alckmin, advogado de Jader Barbalho num processo de 1984 estacionado no STF, que acusa o senador de desvio de recursos do Banpará, repetindo o que disseram todos os bacharéis a serviço dos condenados no julgamento do mensalão.

28 de novembro de 2013
in Augusto Nunes