Balança, balança, balança, mas não adianta o último pingo sempre fica para incomodar. Pior mesmo é achar que lavou as mãos e está tudo resolvido. Pôncio Pilatus fez isso e onde vocês acham que foi parar o último pingo? Lembrando que nessa época ainda não se utilizavam cuecas. Aliás, esse tipo roupa íntima masculina só foi inventada, ou regularizada, no século XX.
Por falar nisso, foi período da história de maior evolução das ciências, da tecnologia e do poder. O “poder” é algo que define a essência do século XX. Desde sempre foi conquistado pela força. Então, ganhava mais poder aquele que tinha melhores condições tecnológicas e estudos estratégicos para vencer as batalhas.
Andamos de Metrô graças ao inventor do motor elétrico. Demoramos tanto de Metrô graças a alguém que fez a distribuição logística dos locais de trabalho e moradia. Mas nenhum desses dois indivíduos praticava sexo, senão teriam pensado em inventar métodos anti-concepcionais mais efetivos. Logo, desperdiçamos nosso tempo dentro de um Metrô cheio. Lotado. Entupido... Só Deus consegue definir, pois a Física já desistiu.
“Crescei-vos e multiplicai-vos”. Parece uma ordem divina. Na verdade é uma filosofia mercadológica. É necessário gerar indivíduos que consumam. A fábrica da pobreza.
Mas sem a tecnologia como poderíamos viver? Como passar quinze dias sem ver televisão? Como viver sem celular, youtube, twitter, facebook? Como limpar a bunda sem papel higiênico?
Por outro lado, para quê viver estressado? Para quê pagar por terapia? Para quê viver tomando remédio para estômago, rim, coração, cutícula, ereção?
Pois é! Não adianta apenas balançar, tem que existir algum jeito de neutralizar esse pingo. Um pingo pode destruir aquilo que com tanto afinco foi logrado. Um pingo pode fazer derramar um copo lotado. É literalmente a gota dágua. Não necessariamente de água! O importante é não dar um tiro no pé. Ou pior, o pingo cair no pé. Se for entre os dedos vai dar frieira.
22 de outubro de 2013
Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.
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