Após prestar depoimento e passar a noite na sede da Superintendencia da Polícia Federal (PF) em Goiânia, o ex-governador de Goiânia Marconi Perillo (PSDB) será solto nesta quinta-feira. A decisão é desembargador Olindo Menezes , do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) . Perillo é investigado no âmbito da Operação Cash Delivery, que apura o pagamento de R$ 12 milhões de propina da Odebrecht para campanhas do tucano em 2010 e 2014.
A prisão do ex-governador foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) com base, sobretudo, no fato da PF ter encontrado R$ 940 mil na casa do policial militar Marcos Moura, que atuava como motorista de Jayme Rincon, ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras e ligado ao tucano. Esse dinheiro indicaria que o grupo que articulou o pagamento das propinas nas campanhas passadas segue atuando.
INFLUÊNCIA – Também foi levado em conta no pedido de prisão o fato do cunhado de Perillo ter sido indicado ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) após Perillo deixar o governo para se lançar candidato nas eleições deste ano. Para os investigadores, isso reforça a influência do tucano.
Esses argumentos, porém, foram rejeitados pelo desembargador federal ao analisar o habeas corpus impetrado pela defesa do tucano.
“Não se evidencia nos fatos a atualidade que justifique a segregação cautelar, a partir apenas da suposição de que eventuais valores apreendidos na posse do outros envolvidos e investigados representem novas doações ilegais de campanha, estando, em razão disso, ainda em atividade criminosa a serviço da suposta organização criminosa que teria promovido arrecadações para as campanhas de 2010 e de 2014 ao governo do Estado do paciente”, escreveu Olindo Menezes na decisão.
SEM INOCENTAR – O desembargador ponderou ainda que “não se está a inocentar a conduta representada na apreensão de tão vultosa quantidade de dinheiro com uma eventual atipicidade penal”, mas ressaltou que não há provas suficientes que liguem os valores às suspeitas de pagamento de propinas reveladas pelos delatores da Odebrecht e que embasaram a investigação. “Todas as suspeitas da autoridade policial e do magistrado podem e devem ser apuradas, mas isso não equivale a que os investigados sejam presos de logo, sem culpa formada”, segue o desembargador.
Para os investigadores, Perillo seria o líder do grupo criminoso que solicitou a propina de executivos da empreiteira e teria articulado a entrega dos valores em espécie por meio de seus operadores financeiros. Com o avanço das investigações, a PF identificou 21 entregas de dinheiro em 2014, com base em quebras de sigilo telefônico e também nas planilhas do departamento de propina da Odebrecht. Também foram utilizados documentos entregues pelo doleiro Álvaro Novis e por um funcionário seu que trabalhava em uma transportadora de valores usada para as entregas de dinheiro do caixa paralelo da empreiteira.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Reina a esculhambação na Justiça brasileira, mas neste caso o desembargador parece estar com a razão. O motivo para a prisão era fraco. É melhor deixar Perillo responder em liberdade, ir gastando sua fortuna com advogados, torturando-se até chegar o momento de ir fazer companhia ao demais tucanos da Lava Jato que estão caindo na rede da força-tarefa da PF, MP e Receita. A hora dele chegará. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Reina a esculhambação na Justiça brasileira, mas neste caso o desembargador parece estar com a razão. O motivo para a prisão era fraco. É melhor deixar Perillo responder em liberdade, ir gastando sua fortuna com advogados, torturando-se até chegar o momento de ir fazer companhia ao demais tucanos da Lava Jato que estão caindo na rede da força-tarefa da PF, MP e Receita. A hora dele chegará. (C.N.)
12 de outubro de 2018
Mateus CoutinhoO Globo
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