"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

DENUNCIADOS POR TRÁFICO DE INFLUÊNCIA AROLDO CEDRAZ, DO TCU, E SEU FILHO TIAGO

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Pessoa, da UTC, delatou Tiago e o pai, Aroldo Cedraz
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, e o filho dele, o advogado Tiago Cedraz, por tráfico de influência em atuação em favor da UTC Engenharia em processos relativos a contratos para a construção da usina de Angra 3.
A denúncia foi enviada nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal porque os ministros do TCU possuem foro especial. Também foram denunciadas duas outras pessoas, acusadas de auxiliar o advogado Tiago Cedraz nos atos ilícitos.
CONDENAÇÃO Em troca do favorecimento à UTC, segundo a PGR, eles receberam pagamentos mensais que totalizaram a quantia de R$ 2,2 milhões. Raquel Dodge pediu que eles sejam condenados pelo crime, que prevê pena de 2 a 5 anos de prisão, e que tenham de pagar R$ 4,4 milhões a título de ressarcimento e danos morais, além de requerer que o ministro seja condenado à perda do cargo.
A denúncia é fruto de uma investigação que teve início em 2015 depois da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. Segundo a Procuradora Geral da República, Pessoa liderava as empresas que formaram os consórcios que atuaram em Angra 3 e contratou Aroldo e Tiago Cedraz, em 2012, para defenderem os interesses do grupo em dois processos que tramitaram no TCU de relatoria do ministro Raimundo Carreiro, atualmente presidente do tribunal, que igualmente chegou a ser investigado, mas não foi denunciado.
LICITAÇÃO E OBRAS – Segundo a investigação, um dos processos apurava vícios no edital da licitação da usina, e o outro da
fiscalização da execução das obras. O interesse de Ricardo Pessoa era evitar que o TCU barrasse a contratação ou fizesse exigências onerosas às empresas.
A denúncia da PGR diz que Tiago teve a ajuda de seu pai para demonstrar às empreiteiras que tinha influência junto ao relator dos processos ou à área técnica do TCU.
O ministro Aroldo Cedraz, conforme a investigação, interveio por pelo menos duas vezes nos processos e em uma delas, pediu vista para protelar um julgamento, mesmo tendo se declarado impedido de participar porque seu filho era o advogado da causa.
DINHEIRO VIVO – A PGR entendeu que, entre os indícios e provas coletados, há elementos que comprovam a entrega de dinheiro na sede da UTC, em São Paulo, e no escritório de Tiago Cedraz, em Brasília, bem como comprovados os registros de comunicação intensa entre Tiago e o gabinete de seu pai. Só nos anos de 2013 e 2014 foram feitos 5.651 contatos telefônicos.
Além dos pagamentos mensais, a denúncia sustenta que Tiago Cedraz solicitou um pagamento extra de R$ 1 milhão, quando do julgamento de um dos processos, afirmando que repassaria esse valor ao ministro Raimundo Carreiro. No entender da PGR, parte do dinheiro foi destinado ao ministro Aroldo Cedraz.
Na denúncia, a PGR afirma que, no período dos pagamentos, Tiago comprou um imóvel de R$ 2,3 milhões que foi reformado com dinheiro de seu pai e passou a ser a casa do ministro.
Segundo a assessoria de imprensa do TCU, não há declarações a serem feitas sobre a denúncia feita pela Pprocuradoria-Geral da República.

12 de outubro de 2018
José Carlos Werneck

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