"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

ROMÁRIO USA A PRÓPRIA IRMÃ COMO LARANJA E COMPLICA SUA CARREIRA POLÍTICA



Romário e Zoraidi, que enriqueceu de repente
O patrimônio da vendedora Zoraidi de Souza Faria, irmã do senador Romário (Podemos-RJ), cresceu 1.800% em um intervalo de dois anos. Documentos oficiais revelam que, em 2014, ela tinha R$ 649 mil em bens, valor que saltou para R$ 12,4 milhões em 2016 — o acréscimo significa que Zoraidi multiplicou por 19 suas posses. No mesmo período, a irmã de Romário, pré-candidato ao governo do Rio, conseguiu uma renda mensal de cerca de R$ 4 mil, em média, somados salário, lucro com aplicações financeiras e uma indenização trabalhista.
Na quinta-feira, O Globo mostrou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encontrou indícios de lavagem de dinheiro em transações bancárias de Romário. O senador usa, por meio de uma procuração, uma conta aberta em nome de Zoraidi em uma agência do Banco do Brasil no Congresso Nacional.
MOVIMENTO – Segundo o Coaf, a conta recebeu R$ 8 milhões entre agosto de 2016 e abril de 2017. Já as saídas da mesma totalizaram R$ 7,5 milhões no mesmo período. O banco também foi usado para pagar despesas do pré-candidato com advogados e com a compra de uma casa em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O imóvel, que custou R$ 6,4 milhões, aparece formalmente entre os bens de Zoraidi e é um dos responsáveis pelo salto patrimonial verificado em 2016. No mesmo ano em que desembolsou a maior parcela da compra da casa — uma parte já havia sido paga em 2015 —, a irmã do senador ganhou apenas R$ 8 mil em salários de uma organização social que teve contrato com a prefeitura do Rio. Zoraidi ainda guarda R$ 600 mil em espécie, R$ 4,8 milhões em uma previdência privada e tem dois carros de luxo registrados em seu nome. Os veículos foram penhorados pela Justiça, que entendeu que o mecanismo foi uma forma de Romário ocultar o patrimônio para evitar o pagamento de dívidas.
“EMPRÉSTIMOS” – Ao mesmo tempo em que mantém bens do senador em seu nome, Zoraidi assinou, entre 2015 e 2016, dois contratos de empréstimos que somaram R$ 10 milhões, em uma possível tentativa de justificar o lastro financeiro para o tamanho do patrimônio. Deste valor, R$ 4 milhões foram emprestados por Romário, e R$ 6 milhões pela RSF, empresas cujos donos no papel são a mãe e o pai do senador.
Ambos os acordos preveem que Zoraidi pague os valores devidos em 60 vezes. Sem levar em conta os juros previstos de 6% ao ano, a irmã do senador precisaria arcar com parcelas de R$ 166 mil para zerar o débito. Caso decidisse quitar o pagamento mensalmente, Zoraidi teria que multiplicar vinte e uma vezes sua renda mensal de cerca de R$ 4 mil apenas para honrar as parcelas da dívida contraída junto ao irmão e à empresa registrada em nome de seus pais.
Zoraidi e Romário foram procurados ontem para comentar a evolução patrimonial, mas não responderam.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Romário foi um grande craque, mas é um perna de pau como político. O uso de sua irmã como laranja vai lhe custar um processo judicial da pesada, por lavagem de dinheiro. Ele terá de contratar advogados de verdade, que custam caro, muito caro. Precisa urgentemente de um assessor com um mínimo de conhecimento das leis vigentes no país(C.N.)


22 de junho de 2018
Marco Grillo e Thiago Prado
O Globo

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