Depois da absolvição da senadora Gleisi Helena Hoffmann e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, cresceu muito o número de petistas esperançosos de que o pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ser julgado na próxima semana, venha a ser aceito e que ele deixe a cadeia, onde permanece desde abril.
O julgamento foi confirmado pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Segunda Turma, para a próxima terça-feira, dia 26.
EM LIBERDADE – O pedido, se acatado pelos integrantes da Segunda Turma, terá efeito suspensivo da execução da pena e possibilitará que o ex-presidente aguarde em liberdade o julgamento dos recursos impetrados junto aos tribunais superiores. Cumulativamente, seus defensores também requereram que a inelegibilidade gerada com a condenação na segunda instância da Justiça, prevista na Lei da Ficha Limpa, também se torne sem efeito, para possibilitar a candidatura dele.
Como temos noticiado, aqui na Tribuna da Internet, o Ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato no STF, remeteu o processo para julgamento pela Segunda Turma do tribunal, mas a confirmação do dia ainda dependia do presidente da Turma, Ricardo Lewandowski.
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês, em regime inicialmente fechado, e encontra-se preso na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba,em virtude de condenação,em segunda instância, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva,por ter recebido da OAS um tríplex em Guarujá, em troca de contratos firmados entre a construtora e a Petrobras.
LULA NEGA – Desde o início das investigações, o ex-presidente nega todas as acusações, reiterando que o apartamento não lhe pertence e que nada recebeu em troca, nem favoreceu ninguém. Além disso, sua defesa alega que o Ministério Público não apresentou provas das acusações a ele imputadas. Enquanto os partidários de Lula estão muito animados, seus adversários insistem que a 2a. Turma do STF vai repetir o que fez em relação à senadora Gleisi e libertem Lula, enquanto os brasileiros estão distraídos com os jogos da Copa do Mundo. Eu, particularmente, não concordo com estes entendimentos.
No caso da senadora Gleisi, a denúncia feita pelo Ministério Público foi muito mal formulada, pois baseava-se tão somente no testemunho de pessoas que fizeram acordo de delação premiada, sem apresentar nenhuma prova concreta dos crimes a ela imputados.
Já no caso de Lula, as provas são robustas e as condenações por ele sofridas foram solidamente alicerçadas em fatos concretos e são fruto de sentenças juridicamente irretocáveis.De qualquer modo, só resta aguardar o fim do julgamento, ou o apito final, como diriam os torcedores.
22 de junho de 2018
José Carlos Werneck
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