"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 19 de maio de 2018

EX-ADVOGADO DE CUNHA SE TORNOU "EMINÊNCIA PARDA" NO GOVERNO DE TEMER

Gustavo do Vale Rocha, atual ministro dos Direitos Humanos e chefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Rocha se tornou ministro, mas continua no Planalto
A influência cada vez maior de Gustavo do Vale Rocha no governo Michel Temer tem causado desconforto nos demais auxiliares do presidente. Nos bastidores, o advogado já é conhecido como “eminência parda”, em uma referência ao poder que acumulou nos últimos dois anos. Ex-advogado do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), Gustavo do Vale é o atual ministro dos Direitos Humanos e acumula a função de subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Um dos principais auxiliares de Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil), o advogado também ocupa uma vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), indicado por Temer.
INFLUÊNCIA – Nos bastidores, Gustavo Rocha hoje é apontado pelos colegas como alguém com influência em praticamente todos os ministérios. Segundo relatos, ele tem pessoas de confiança em cargos jurídicos de várias pastas estratégicas.
No Palácio do Planalto, ele tem sido visto com frequência, cada vez maior, no gabinete do próprio presidente Michel Temer. “O perfil jurídico e a disposição para auxiliar em qualquer momento colocaram Rocha em posição de destaque”, avalia um ministro.
Rocha entrou no núcleo duro do MDB pelas mãos de Eduardo Cunha, que se encantou com a disposição do jovem advogado para atuar em favor dos seus interesses.
CARREIRISTA – Antes de virar ministro dos Direitos Humanos, no lugar de Luislinda Valois, Rocha iniciou uma articulação para assumir o Ministério da Justiça ou a Advocacia Geral da União (AGU).
No início de 2017, quando o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes foi indicado para a vaga no Supremo Tribunal Federal, Gustavo Rocha tentou mobilizar a bancada do MDB para assumir a pasta.
Na ocasião, o próprio Temer descartou Rocha, pois ele “apanharia muito” pelo fato de ter prestado serviço como advogado para oEduardo Cunha. Na ocasião, a avaliação de Temer é que seria ruim tanto para Rocha quanto para o governo.
INDULTO DE NATAL – Mas desde então, muita coisa mudou. E o espaço de Rocha só cresceu. Ele foi um dos articuladores do polêmico indulto de Natal assinado por Temer em dezembro.
No início do ano, Gustavo Rocha foi pivô de outra polêmica. Atou no que seria atribuição da Advocacia-Geral da União, quando defendeu que o governo entrasse com recurso no STJ para tentar garantir a posse da deputada Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho.
O movimento de Rocha foi visto como uma tentativa de desestabilizar a ministra da AGU, Grace Mendonça, o que foi mal recebido entre ministros do Supremo Tribunal Federal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente matéria do Camarotti, que nos foi enviada por Guilherme Almeida. Mostra que Rocha não sossegou enquanto não foi nomeado ministro. Ele foi advogado do PMDB e se tornou homem de confiança dos caciques do partido, quer dizer, da quadrilha do hoje MDB. Daí vem sua enorme influência. Virou ministro, mas não saiu do Planalto. (C.N.)  


19 de maio de 2018
Gerson Camarotti
G1 Brasília

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