"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 8 de maio de 2018

BOLSONARO APOSTA EM OUTRAS LEGENDAS PARA GARANTIR PALANQUE NOS ESTADOS

Imagem relacionada
Bolsonaro faz uma campanha sólida, em todo o país
Correligionários de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) têm procurado outros partidos para garantir palanques nos estados para o deputado, que tentará chegar à Presidência da República em outubro. De acordo com integrantes da sigla de Bolsonaro, as possibilidades de alianças incluem legendas como MDB, PP, DEM, PSD e PRP.
Outros partidos, como o PR, cogitam fazer aliança nacional para pegar carona na popularidade de Bolsonaro e fazer uma bancada expressiva. Eleger um número significativo de deputados e senadores garante, além de poder político, acesso a maior volume de recursos públicos para atividades partidárias.
COLIGAÇÕES – Bolsonaro delegou a formação das alianças ao comando do partido nos estados e minimiza a importância de ter palanques fortes pelo país. “Com um caixão de madeira eu faço meu palanque. Não precisa de palanque. Se tiver, tudo bem. Mas eu tenho o que eles não têm”, disse Bolsonaro à Folha, pouco antes de fazer fotos com um grupo de estudantes que o esperava no Salão Verde da Câmara.
O PSL não sabe ao certo quantos candidatos a governador terá pelo país. Por enquanto, dá como certas candidaturas próprias em pequenos colégios eleitorais.
No Acre, lançará o policial militar Coronel Ulysses Araujo e em Roraima, o empresário Antônio Denário. Em São Paulo, estado com o maior número de eleitores do país, o PSL ainda não decidiu se vai lançar candidatura própria, apesar de, segundo o presidente regional da legenda, deputado Major Olímpio, ter duas opções: o empresário Frederico D’Ávila e a advogada Janaína Paschoal.
APOIO DE RURALISTAS – Produtor rural, D’Ávila foi assessor do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que disputará com Bolsonaro o Palácio do Planalto. Ele é irmão do coordenador de comunicação da pré-campanha do tucano, o cientista político Luiz Felipe D’Ávila.
D’Ávila avalia que o agronegócio está fechado com a pré-candidatura de Bolsonaro porque o isolamento do deputado do PSL-RJ permite que ele assuma posições defendidas pelo setor, como o reforço da segurança no campo contra roubos e invasões.
Janaína Paschoal ganhou fama ao apresentar o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A advogada também é cotada para ocupar a vice da chapa presidencial.
PALANQUES DUPLOS – O apoio a candidaturas de outros partidos é uma possibilidade, mesmo que isso exija palanques duplos. Olímpio diz descartar apenas aliança com o ex-prefeito João Doria (PSDB), com o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e, obviamente, com o PT, partido alvo do maior número de críticas da família Bolsonaro.
O presidente da sigla no estado diz que Paulo Skaf (MDB) é o pré-candidato que ele vê com “menos restrições”. O comando do MDB de São Paulo diz desconhecer conversas entre as duas legendas, mas afirma que o apoio é bem-vindo.
Em troca, o PSL oferece a popularidade de Bolsonaro, que aparece liderando ou empatado com Marina Silva (Rede) em primeiro lugar em todos os cenários do Datafolha sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso em Curitiba.
AO SENADO – O partido de Bolsonaro também apresenta candidatos ao Senado com potencial de votos. Em São Paulo, a legenda escolherá entre o próprio Olímpio –14º deputado mais votado em 2014, com 179.196 votos– e a jornalista Joice Hasselmann, que comanda um canal de análises políticas com viés de direita no YouTube, com mais de 600 mil inscritos.
“É natural que, onde não houver candidato a governador [pelo PSL], aqueles que se identificam com a proposta liberal do Bolsonaro estarão nos apoiando”, diz Luciano Bivar, presidente licenciado do PSL.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bolsonaro precisa desesperadamente de coligações, para ampliar seu tempo na TV. E seus oponentes Marina Silva, Alvaro Dias, Ciro Gomes e outros estão na mesma situação. É uma eleição que deve ser decidida nas alianças. (C.N.)


08 de maio de 2018
Daniel Carvalho
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário