No dia 1º de maio de 2018, o Dr. Humberto de Luna Freire avisou: “Na próxima quarta-feira, será votado um projeto de lei (PL) para reforçar o orçamento do Fundo de Garantia à Exportação em cerca de 1,3 bilhão de reais. Se aprovado, a alta no orçamento do fundo servirá para pagar as dívidas da Venezuela e de Moçambique com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Credit Suisse.”
A notícia procedia. Tento explicar, mas acho muito difícil, porque o mais estranho desse aporte bilionário reside no fato de que o patrimônio inicial do Fundo de Garantia à Exportação- FGE foi constituído mediante a transferência de 98 bilhões de ações preferenciais nominativas (PN) do Banco do Brasil S.A. e 1,2 bilhão de ações preferenciais nominativas (PN) da Telecomunicações Brasileiras S.A. – Telebrás.
[para conferir acessem a página https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/fontes-de-recursos/fundos-governamentais/fundo-de-garantia-a-exportacao-fge]
[para conferir acessem a página https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/fontes-de-recursos/fundos-governamentais/fundo-de-garantia-a-exportacao-fge]
CADÊ O RESTO? – Ora, se agora está sendo preciso aumentar o aporte do FGE em mais de um bilhão de reais para garantir o beiço que a Venezuela e Moçambique estão dando no BNDES, para o leigo significa que 1,2 bilhão de ações do Banco do Brasil e 1,2 bi de ações da Telebrás já foram gastos para suportar outros beiços que BNDES levou? Ou será outra coisa? Por que isso está acontecendo na mesma data em que a Bovespa anuncia que não mais operará com ações preferenciais nominativas, que serão convertidas em ações ordinárias?
O FGE tem como finalidade dar cobertura às garantias prestadas pela União nas operações de Seguro de Crédito à Exportação (SCE). Por sua vez, o SCE tem por objetivo segurar as exportações brasileiras de bens e serviços contra os riscos comerciais, políticos e extraordinários que possam afetar as transações econômicas e financeiras vinculadas a operações de crédito à exportação.
OUTRA AGÊNCIA – Não sei qual foi o motivo, certamente bem ponderado, mas também foi necessário que o governo criasse em 2013 a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. – ABGF, empresa pública, sob a forma de sociedade anônima, com a finalidade, entre outras, de administrar fundos garantidores e prestar garantias às operações de riscos diluídos em áreas de grande interesse econômico e social.
Quem é o Gestor do FGE? Adivinhem? Acertou quem marcou BNDES. É isso mesmo. O BNDES empresta e garante ao tomador que não se preocupe, porque ele, BNDES, pagará o empréstimo se o tomador não puder pagar.
Explicando melhor: O BNDES empresta dinheiro dos brasileiros (a juros em torno de 4,5% ao ano) para a construção de obras que garantem o desenvolvimento de outros países. Esses países contratam construtoras envolvidas na Lava a Jato para realizarem as obras. Se o país contratante não paga o empréstimo (as parcelas vencem confortavelmente a cada seis meses e não mensalmente, como cabe a qualquer brasileiro pagar o imposto de renda), quem paga é o FGE [ou seja, os brasileiros pagam mediante o desfazimento de ações do BB e da Telebrás, que pertencem ao (adivinhem novamente?) ao erário federal]
EXPLIQUEM – Se não é isso o que está acontecendo neste arremedo de país sui generis, quem souber explique-me, por favor. Desde já, fico muito agradecido.
Sei que a empresa estatal ABGF é enxuta. Um presidente e três diretores comandam 64 funcionários + 12 conselheiros + 8 terceirizados. O presidente e os três diretores ganham mais de R$ 40 mil mensais. O Comando Militar do Sul compreende sete Grandes Unidades e cerca de 150 Unidades e Subunidades. Tem 55 mil homens sob seu comando.
O comandante do CMS, assim como qualquer quatro estrelas, ganha a metade do que ganham os comandantes da estatal ABGF. Vale a pergunta: é só no Reino da Dinamarca que há algo de podre? E o salário médio mensal dos diretores do BNDES é igual a 105.000,00. Fonte: //www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/salario-no-bndes-supera-r-100-mil-ao-mes.shtml
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O artigo foi enviado por Mário Assis Causanilhas, ex-BNDES e ex-secretário estadual de Administração do Governo do Rio de Janeiro. Mostra a esculhambação que foi implantada no BNDES pelo PT. O banco de fomento dava o empréstimo ao país estrangeiro e o avalista garantidor era o Tesouro Nacional, através do próprio BNDES. Depondo no Congresso, Luciano Coutinho disse que a garantia era dada pela empreiteira que fechava a exportação de serviços. Era mentira. Mas até agora não foi processado e preso. Como aceitar esta situação? (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O artigo foi enviado por Mário Assis Causanilhas, ex-BNDES e ex-secretário estadual de Administração do Governo do Rio de Janeiro. Mostra a esculhambação que foi implantada no BNDES pelo PT. O banco de fomento dava o empréstimo ao país estrangeiro e o avalista garantidor era o Tesouro Nacional, através do próprio BNDES. Depondo no Congresso, Luciano Coutinho disse que a garantia era dada pela empreiteira que fechava a exportação de serviços. Era mentira. Mas até agora não foi processado e preso. Como aceitar esta situação? (C.N.)
08 de maio de 2018
Lúcio Wandeck
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