O Ministério Público Federal (MPF) informou ao juiz Sérgio Moro que abriu um “incidente de falsidade” referente aos recibos e ao contrato de aluguel apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um processo em que ele é acusado de ter recebido propina da Odebrecht. O objetivo é apurar a autenticidade dos papéis. Os documentos foram anexados ao processo pelos advogados do petista no dia 25 de setembro deste ano. Segundo a defesa, o objetivo era comprovar a relação comercial que há entre Lula e Glaucos da Costamarques, dono de um apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O imóvel é um dos objetos da denúncia apresentada pelo MPF contra Lula e outras sete pessoas, incluindo o ex-ministro Antônio Palocci e o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
PEDIDO DE BUMLAI – Os procuradores afirmam que Costamarques comprou o imóvel a pedido do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, com dinheiro que seria da empreiteira. A ideia seria repassar o imóvel ao petista, que já utiliza o local há vários anos, como moradia para os seguranças pessoais.
A defesa de Lula afirma que a ex-primeira-dama Marisa Letícia alugou o imóvel de Costamarques. Para sustentar a tese, apresentou ao juiz Sérgio Moro o contrato de locação e 26 recibos, que datam entre os anos de 2011 e 2015.
Os advogados do ex-presidente também disseram, por meio de nota, que a realização de perícia nos recibos irá demonstrar que eles são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel.
ERROS NOS RECIBOS – Alguns dos recibos, porém, trazem datas que não existem no calendário. Há também erros de digitação que se repetem. A defesa de Costamarques afirmou ao juiz Sérgio Moro que o cliente assinou os recibos de uma só vez, quando estava internado no Hospital Sírio Libanês, no fim de 2015. As assinaturas teriam sido solicitadas pelo advogado de Lula, Roberto Teixeira.
Moro, por sua vez, solicitou ao hospital que envie um relatório de visitas referentes ao período em que Costamarques ficou internado. A administração ainda não respondeu ao pedido do magistrado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se o suposto locador declarou jamais ter recebido aluguéis até 2015 e assinou os recibos de uma só vez, a pedido do advogado de Lula, a fraude já está mais do que comprovada. É o chamado batom na cueca, no jargão policial. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se o suposto locador declarou jamais ter recebido aluguéis até 2015 e assinou os recibos de uma só vez, a pedido do advogado de Lula, a fraude já está mais do que comprovada. É o chamado batom na cueca, no jargão policial. (C.N.)
07 de outubro de 2017
Samuel Nunes
G1 PR, Curitiba
G1 PR, Curitiba
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