"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 17 de setembro de 2017

DENÚNCIA DE TEMER FEZ MINISTRO CAIR NA REAL E DESISTIR DE AFASTAR O DIRETOR DA PF

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Jardim raspou a barba e perdeu o entusiasmo
Em meio a pressão de grupos políticos, em especial do PMDB, para a substituição da cúpula da Polícia Federal, o diretor-geral da corporação, Leandro Daiello, aceitou, nesta sexta-feira, 15, o pedido feito pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, e permanecerá por mais um período no comando da instituição. “Fiz o convite e ele aceitou”, disse Torquato ao Estado. Questionado sobre o período de permanência de Daiello, o ministro da Justiça afirmou que ele ficará no cargo “o tempo que for necessário” para consolidar o trabalho realizado.  A manutenção de Daiello à frente da PF ocorre no momento em que o presidente Michel Temer e políticos do PMDB são alvos da Lava Jato.
“Pedi para ele ficar porque temos vários projetos em andamento. Precisamos dar continuidade à preparação da nova Política Nacional de Segurança Pública e à modernização da Polícia Federal com mais atuação em tecnologia e internacional. Não me pareceu adequado que o diretor-geral da Polícia Federal se afastasse agora”, afirmou o ministro da Justiça, sem falar sobre a Lava Jato.
DE FÉRIAS – Daiello sairá de férias por duas semanas e, depois, retomará suas funções à frente da PF, cargo que ocupa desde janeiro de 2011. As negociações para a troca de direção na PF estavam sendo feitas entre Torquato e próprio Daiello desde que o ministro assumiu a pasta, no fim de maio. Alegando estar cansado, o diretor-geral da PF — que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção — pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar. Nas conversas sobre a sucessão, Daiello optou por não indicar um sucessor, mas sugeriu a escolha de um nome da atual diretoria ou um delegado com experiência e bom trânsito dentro da corporação.
O nome mais cotado era o de Rogério Galloro, número 2 de Daiello, que chegou a ser fotografado em um almoço com Torquato e o diretor-geral.
DECISÃO CORRETA – Ao Estado, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, defendeu o nome de Galloro, mas afirmou que nesse momento o correto é mesmo a permanência de Daiello. “Há muita especulação sobre a troca, mas nesse ambiente de grande instabilidade política, é razoável que o atual diretor permaneça a continuidade das investigações que estão em andamento”, afirmou o presidente da ADPF.
Além de Galloro, o ministro havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a sucessão. O Estado apurou que um deles era o ex-superintendente da PF no Maranhão, o delegado Fernando Segóvia. Dentro da PF, o nome do delegado não era muito aceito por conta de uma suposta relação com o ex-presidente José Sarney. Nos bastidores, Segóvia era visto como o nome que o PMDB queria indicar para a vaga de Daiello.
O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), negou que haja pressão do partido para substituição de Daiello. “Não há nenhuma indicação do PMDB. A Polícia Federal é um cargo de confiança do presidente da República e do Ministério da Justiça e tem de ser levada em conta a meritocracia da instituição”, disse Jucá.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ao que parece, o ministro Torquato Jardim jogou a toalha, tentando preservar o que ainda resta de sua biografia. Ciente de que Temer não tem mais salvação, o ministro enfim desistiu de trocar o comando da Polícia Federal. Jardim demorou a despertar desse sonho de inviabilizar a Lava Jato através da desestruturação da PF. Sua ingenuidade chegava a ser comovente. (C.N.)


17 de setembro de 2017
Fabio Serapião e Vera Rosa
Estadão

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