"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

ANTES DE SAIR, JANOT ENTREGOU DELAÇÕES CONTRA PEZÃO E EDUARDO PAES, ENTRE OUTROS

Resultado de imagem para janot
Janot tinha mais duas flechas de grande alcance
No fim do expediente de sexta-feira, último dia útil do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no cargo, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma montanha de processos — entre eles, a delação da Queiroz Galvão, uma das empreiteiras que se especializaram em desviar dinheiro da Petrobras para pagar propina a políticos, como revelou a Operação Lava-Jato. Também está no pacote a delação do marqueteiro Renato Pereira, que fez as últimas campanhas do PMDB no Rio de Janeiro.
De acordo com fontes que tiveram acesso às negociações, o marqueteiro entregou operações que tiveram como beneficiários o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes.
MUITAS ACUSAÇÕES – As novas delações são extensas. Somam depoimentos e documentos apresentados pelos delatores como provas do que disseram ao Ministério Público Federal. O mais provável é que tenham sido mencionadas, nas duas delações, autoridades com direito ao foro privilegiado no STF, como parlamentares ou ministros de Estado. O foro para investigar governadores é o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Portanto, eventuais indícios contra Pezão deverão ser enviados para lá no futuro.
Os casos estão protegidos pelo segredo de justiça e não há previsão de quando o teor virá à tona. O relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, ainda não analisou o material. Caberá a ele homologar ou não as delações.
EM SIGILO – Os processos enviados por Janot ao STF no apagar das luzes do mandato estão sendo catalogados e ainda não se sabe que temas englobam. Parte dos papéis está em um cofre, por se tratarem de provas sigilosas. A previsão é de que os servidores da Corte levem cerca de dez dias para sistematizar tudo. Ou seja, enquanto a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ainda está tomando pé dos documentos que herdou do antecessor, o STF estará ocupado em organizar as derradeiras flechadas de Janot.
Renato Pereira é dono da agência Prole e foi marqueteiro da campanha de reeleição de Pezão em 2014. Ele foi citado na delação premiada da Odebrecht como intermediário do pagamento de propina ao governador. Há também suspeita de que ele prestava o mesmo serviço para o ex-governador Sérgio Cabral e para o ex-prefeito Eduardo Paes.
MAQUIAGEM – Em abril, o G1 noticiou que delatores da Odebrecht entregaram documentos aos investigadores revelando que a empreiteira simulou a compra de equipamentos de academia para maquiar um depósito de 800 mil euros, via caixa dois, para a campanha de Pezão. Segundo depoimentos de ex-dirigentes da construtora, o dinheiro fazia parte do pacote de R$ 20 milhões repassado em 2014, a pedido do ex-governador Sérgio Cabral, à campanha do peemedebista.
Ex-diretor da Odebrecht no Rio, Leandro Azevedo disse que o combinado com Cabral era fazer os pagamentos para Renato Pereira que fazia a campanha de Pezão. Também em depoimento, o ex-presidente da Odebrecht Benedicto Júnior afirmou que os repasses para a campanha de Pezão eram relacionados ao contrato da Linha 4 do metrô do Rio. Segundo o delator, os pagamentos foram feitos a pedido de Cabral. “O Pezão não sentou com a Odebrecht para pedir dinheiro”, disse Benedicto Júnior em depoimento.
PEDRO PAULO – Leandro Azevedo entregou ao MPF mensagens trocadas em 2012 com Renato Pereira. Na época, o marqueteiro era o responsável pela campanha do PMDB no Rio. Segundo o delator, as mensagens tratam da entrega de R$ 11,6 milhões em espécie, feita por ordem do então secretário da Casa Civil, Pedro Paulo (PMDB), da gestão Eduardo Paes.
“Eu me lembro de ter trocado com o Renato BBMs (mensagens), porque como era um valor muito significativo, que eu nunca tinha feito, a chance de dar errado o planejamento era muito grande”, disse o delator. Segundo o executivo, Renato Pereira recebeu o dinheiro do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da Odebrecht. Na delação que chegou ao STF, o marqueteiro terá a chance de confirmar ou não a versão dos executivos da Odebrecht. (Colaborou Thiago Herdy)
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A excelente repórter Carolina Brígido diz que a expectativa é de que seja uma delação grandiosa, com munição para derrotar aliados do presidente Michel Temer, além de pessoas ligadas aos ex-presidentes Lula. Ou seja, a fila anda e a Lava Jato não acaba nunca(C.N)

19 de setembro de 2017
Carolina BrígidoO Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário