Além disso, as mesmas fontes disseram ao blog que o presidente quer que a nova procuradora-geral da República tome posse no Palácio do Planalto, como gesto simbólico da reaproximação institucional do Executivo com o Ministério Público.
LÁ OU CÁ – Posses de procuradores-gerais no Planalto não são incomuns. Janot e o antecessor, Roberto Gurgel, tomaram posse uma vez na Procuradoria e outra vez, no Planalto. A ideia de que Raquel Dodge tome posse no Planalto teria como objetivo, porém, mostrar que houve, apesar dos processos em curso, mudanças no relacionamento das duas instituições – a Procuradoria e a Presidência – depois de meses de desavenças com Janot.
Essas fontes disseram que o encontro entre Raquel Dodge e Temer, fora da agenda e às 22h, revelado pelo blog, também teve o efeito de passar uma “mensagem” ao Congresso de que as pontes da classe política com o Ministério Público serão restabelecidas.
O encontro era para ser mantido em sigilo, mas a revelação teria tido esse efeito colateral positivo na avaliação de políticos próximos ao presidente. Isso explica por que o carro parou à mostra de todos, quando se sabe que, em época de crise, sempre há cinegrafistas e fotógrafos de plantão.
JANTAR COM GILMAR – O mesmo já teria ocorrido no encontro de domingo de Temer com o ministro do Supremo Gilmar Mendes. Apesar de tanto Temer quanto Gilmar Mendes afirmarem que o assunto foi reforma política, o registro do encontro, também fora da agenda e num dia pouco comum,  acabou, na visão dos que são próximos a Temer, tendo um lado positivo: o de transmitir a imagem de que o presidente tem aliados no Supremo Tribunal Federal.
Em guerra com Janot, Temer espera que a nova procuradora não atue, nas palavras de um interlocutor do presidente, com “açodamento” à frente do MP.
O blog entrou em contato com Raquel Dodge para que ela se manifestasse sobre essas informações, mas não obteve resposta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É impressionante, ultrajante e revoltante a promiscuidade institucional entre réu (Temer), promotora (Raquel) e juiz (Gilmar). Nunca se viu nada igual em nenhum país minimamente civilizado.(C.N.)

11 de agosto de 2017
Andréia Sadi
G1 Brasília