"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

RESPOSTA AO TEXTÍCULO DO MILITANTE DO PSOL NO BLOG DO GUGA CHACRA SOBRE "NAZISMO SER DE DIREITA"



Um ativista do PSOL chamado Michel Gherman escreveu no blog de Guga Chacra que o nazismo é "sem dúvida" de direita. Seu argumento? Ele diz que é.

Sobre o textículo do militante do PSOL Michel Gherman, que meu amigo Guga Chacra publicou para afirmar que “o nazismo é de direita”, é sintomático que a desculpa de toda a esquerda para afirmar que o nazismo seja de direita não passe de uma repetição ad nauseam de umas três ou quatro táticas surradas, que nunca são trocadas.

Como a direita conservadora, que recentemente, graças sobretudo à internet, teve acesso ao pensamento conservador, censurado velada e abertamente nas faculdades de Humanas do Brasil, e percebeu que conservadorismo não tem nada a ver com o que a esquerda diz que o conservadorismo é (natürlich), a incipiente direita brasileira lembrou ao mundo que o nacional-socialismo é uma forma de socialismo (…!), e não de conservadorismo ou capitalismo.

O nazismo, que sempre se apresentou como uma terceira via, pega elementos do socialismo (sobretudo as antigas teses germânicas sobre socialismo), do trabalhismo e do sindicalismo político.

O sindicalismo, aliado ao islamismo, já havia realizado o primeiro genocídio da história a superar 1 milhão de mortos: o grupo Jovens Turcos (Jön Türkler), que se opunha à monarquia do Abdülhamid II no Império Otomano (atual Turquia), buscando uma homogeneização cultural com laços com a Revolução Russa, promoveu o genocídio de cristãos armênios em 1915, durante a Primeira Guerra. A Armênia foi, provavelmente, o primeiro lugar do mundo a se converter ao cristianismo.




Não custa lembrar que a Alemanha era aliada do Império Otomano na Primeira Guerra, que os jovens turcos e sua homogeneização cultural também odiavam judeus e que o Estado Islâmico, o “califado” atual, busca reconstruir justamente o Império Otomano. Adolf Hitler culpou os judeus pela derrota alemã na Primeira Guerra, mas nunca foi contra os muçulmanos, o califado ou o Império Otomano. Pelo contrário: como já explicamos aqui, até recebeu com honras Amin al-Husseini, o principal nome da invenção de um suposto “país” chamado Palestina, com o único objetivo de destruir o sionismo (o Estado judeu) e tomar o território do “povo sem pátria” para muçulmanos que nunca tiveram histórico naquele lugar habitado por judeus há cerca de 3 milênios.

A esquerda acha que foi Karl Marx quem inventou o socialismo, e que não houve nenhum socialismo anterior – de Saint-Simon e Fourier a Robert Owen e Babeuf, tudo é completamente desconhecido pela esquerda universitária que só lê Marx e marxistas. Em seu reducionismo simplificador, é um passo para acreditar que qualquer oposição a Marx significa oposição ao socialismo (como se, por exemplo, Bakunin, Proudhon e todos os que se opuseram a Marx na Primeira Internacional se tornassem “anti-socialistas”).

O Terceiro Reich tem este nome por se considerar o terceiro grande império sagrado: o primeiro sendo o Sacro Império Romano Germânico e o segundo o de Bismark (correção de nosso leitor LaercioMeneses).




Unindo um nacionalismo alemão derivado do romantismo (a Alemanha ainda não era um país até quase a eclosão da Primeira guerra) ao desejo de se tornar uma grande potência, misturando tanto uma mistificação do passado romano com uma visão romantizada das tribos germânicas que começavam a ser estudadas a sério, criaram o conceito de nacional-socialismo: não o socialismo da Internacional Socialista, mas uma visão grandiloqüente de uma Alemanha para os trabalhadores alemães, expulsando capitalistas e especuladores (internacionalistas por si, e ninguém pode ser mais internacionalista do que um especulador judeu) e com o mesmo Estado dirigista dos socialistas – mas sem que a Alemanha, como a Ucrânia, a Checoslováquia, a Hungria ou os países do Leste, se tornasse um país-satélite da União Soviética (trágica ironia que os alemães orientais conheceriam).

O socialismo germânico recuperaria o caráter da política das tribos germânicas primitivas – não mais consideradas “bárbaras”, mas um espírito germânico poderoso. As decisões seriam determinadas por um dirigente (Führer) central, mas, bem ao contrário da visão da historiografia marxista sobre o nazismo, representariam decisões tribais em assembléias repetidas (vide a série Vikings, que retrata bem o modelo de assembléia germânica original).

É o modelo plebiscitário, tão denunciado por Eric Voegelin em Hitler e os Alemães: com mini-Führers locais, decisões eram feitas em nome “do povo” (völkisch) em micro-detalhes – de quanto se produziria numa fábrica mecânica aos livros que poderiam ser lidos. Ao contrário do que se pensa, havia eleições no nazismo, mas era o modelo de “democracia alemã” direta: não com leis (nunca houve uma “lei” nazista sobre câmaras de gás), mas com decisões diretas, conduzidas (durchgeführt) por líderes locais do partido. É o Estado da burocracia total. O socialismo soviético e, hoje, a “democracia” de Nicolás Maduro, neste aspecto, são praticamente idênticos (quantos plebiscitos a Venezuela faz por semana?).




Há inúmeros discursos de Hitler explicando sua visão sobre o socialismo e a democracia (que só não poderia virar uma “democracia liberal”, e todas as decisões deveriam ser apenas germânicas), embora a maioria só se encontre em alemão. O Rechtstaat como conceito puramente germânico, que geraria a permissibilidade para o mal no nazismo, são analisados tanto por uma liberal-democrata como Hannah Arendt quanto por um conservador como Eric Voegelin, ambos fugidos do nacional-socialismo.

Isto, é claro, é informação até razoavelmente básica, a qual qualquer estudioso solitário chegaria rapidamente em alguns anos de pesquisa. Não é, nitidamente, o que ocorre com os estudantes lobotomizados por uma historiografia reducionista feita por marxistas, que tomaram o departamento de História para ignorar tudo isso e enxergar a História tendo como motor a luta de classes.

Sem entender de onde o Terceiro Reich tirou suas idéias, seu modelo, como o aplicou, por que usava tais nomes, tais símbolos, o que significam palavras que tanto usamos sem auscultar-lhes o significado (de Terceiro Reich a Führer), resta tão somente fazer comparações com regimes que não são o nazismo, tão somente com o fito de fazer adversários políticos que detestam o nazismo parecerem meio nazistas.

É o que faz o professor de História esquerdista Michel Gherman, militante do PSOL, com empáfia enfastiada de professor de História esquerdista, no blog do meu amigo Guga Chacra. Lendo suas palavras, é fácil perceber uma arrogância profunda (“oh, só a direita xucra brasileira para não acreditar que o nazismo é de direita…”), mal conjugada com uma profundidíssima ignorância histórica. Não é preciso ler muito para notar que Michel Gherman nem faz idéia do que vai acima.

Sem explicar nada do que acabamos de demonstrar, Gherman prefere fugir das explicações e apelar para os cacoetes que a esquerda sempre tem à mão quando precisa lidar com o problema do nacional-socialismo, a saber:




Dizer que Hitler perseguiu a esquerda, o sendo que Stalin também matou Trotsky, e nem por isso algum dos dois se torna “de direita” (numa disputa por eleições primárias no PSDB, alguém não se torna petista simplesmente por criticar, e mesmo odiar, outro tucano).

Definir o nazismo por características externas comungadas com outros movimentos, justamente retirando seu caráter particular. Assim, o nazismo é definido pela classe social que o apoiou, pela religião de um eleitorado ou por ser “nacionalista” (o que esquerda, direita, monarquistas, democratas, centristas, militares, civis e simplesmente qualquer movimento político do mundo também ter defendido em algum momento).

Imputar ao nazismo elementos exteriores aos próprios nazistas, entre os mais comuns dizer que o nazismo é profundamente “conservador” (como se nazistas defendessem a moral judaico-cristã), ou afirmar que eles são de “extrema-direita”, sem nunca mostrar uma única fala de um único nazista considerando-se como parte da direita, da extrema-direita ou de qualquer forma de “conservadorismo”.

E, por fim, afirmar categoricamente que o nazismo é de direita, porque meu professor de História de esquerda assim disse que é. Quer prova maior?

No texto de Michel Gherman, começamos a ver os cacoetes repetidos ad nauseam aplicados pari passu:

“Sua intenção [de Hitler] era criar um partidos de massas, radicalmente antissemita e anti-comunista. Hitler e os nazistas eram nacionalistas extremistas. Acreditavam na construção de um Estado alemão baseado na raça ariana. Assim, quaisquer perspectiva de classes ou internacionalistas eram consideradas posições inimigas e deviam ser derrotadas. Dessa forma, Hitler percebe o socialismo, o marxismo e o judaísmo como inimigos. Os dois primeiros por falar em luta de classe e internacionalismo, o segundo por ser, segundo ele, cosmopolita.”

Apesar de haver conservadores razoavelmente autoritários, numa ânsia de aniquilar pela força a esquerda, nenhum deles propôs um movimento de massa (um dos maiores direitistas do século XX, Ortega y Gasset, intitula seu magnum opus justamente de A Rebelião das Massas, já com críticas ao espírito fascista antes de eles assumirem o poder).

É simplesmente ridículo definir nazistas como “nacionalistas extremistas”: há algo particular no nazismo. Do PT do “Fora FHC e o FMI!” ao regime militar (que inaugurou uma política anti-americana no Brasil), de Nelson Mandela ao “nacionalismo palestino”, todos estes já flertaram com o “nacionalismo extremo”, sem que nunca houvesse algo parecido com o nazismo se consubstanciado dessas políticas. Aliás, com a exceção do nacionalismo palestino: justamente o que a esquerda defende.

É de uma burrice exemplar dizer que o nazismo, do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, considerava qualquer posição de classe como inimiga. Por que o Partido teria sido baseado com esse nome? Por que todo discurso de Hitler fala em “trabalhadores”? Por que até a entrada de Auschwitz ostenta um cruel „Arbeit macht frei”? Por que os trabalhadores alemães são considerados a classe produtiva do país, e os especuladores judeus, usurpadores não-nacionais e de sangue impuro? Só na cabeça de Michel Gherman. Ou melhor: de todo marxista tentando salvar o socialismo: Michel Gherman sozinho nunca teria conseguido inventar algo muito maior do que ele.

A última frase é um festival de retardismo. Hitler odiava os socialistas, mas fazia parte de um partido com “socialismo” no nome? A única fonte para isso são socialistas falando sobre Hitler. Não há uma única referência sobre qualquer aversão de nazistas pelo socialismo, a não ser vinda de socialistas. Pelo contrário: há trocentas referências de Adolf Hitler contra capitalistas e conservadores.

Isto dá azo o suficiente para o cidadão vociferar:

“Não há dúvida, o nacional –socialismo se consolida como movimento de extrema direita, anti- marxista e antissemita.”

Que salto é permitido para a cabeça de Michel Gherman definir, graças à sua própria interpretação, que “não há dúvida” de que o nazismo é de “extrema-direita” – expressão criada ad hoc por esquerdistas querendo salvar o socialismo marxista, mas nunca dita por nazista nenhum?

Ora, se tudo o que é anti-marxista é “extrema-direita”, todo o mundo livre é de extrema-direita. Essa direita é ainda melhor do que nós havíamos propagado, hein?

Claro, não há dúvida para o reducionismo de Michel Gherman, que não prova, não cita uma única fonte, não argumenta nada a favor da tal “extrema-direita” além de “eu estou dizendo que é”. Feliz em sua ignorância completa do nazismo, paciente de um profundo Efeito de Dunning-Kruger, Gherman “não tem dúvida” de que o nazismo é de direita – e extremamente de direita – enquanto quem conhece o que vai acima só tem dúvidas sobre a capacidade pesquisadora de de Michel Gherman.

“Para além de ser antissemita e anti-comunista, o nazismo sempre fora anti-liberal. Assim, ele não acreditava em políticas universalistas e descentralizadas. O Estado Nazista, contrário a luta de classes, se aproximava de grandes empresas, tinha um discurso anti especulativo e tinha como objetivo a expansão racial, militar e territorial.”

O manual de redação do Senso Incomum lembra que qualquer um dizendo “para além de” está bem aquém do que pretende proferir. Tampouco é possível entender o que alguém quer dizer ao definir que o nazismo não acreditava em “políticas universalistas e descentralizadas” ao mesmo tempo (ou um, ou outro, tertium non datur).



O Estado nazista rejeitava a idéia de luta de classes como motor da História, mas acreditava numa profundíssima luta entre a classe dos trabalhadores alemães e dos exploradores judeus. Será preciso ser gênio para saber disso? Só na cabeça de esquerdistas também “se aproximou de grandes empresas”: o Terceiro Reich, como já explicamos, controlou as fábricas (a propriedade privada dos meios de produção) através de sub-Führers, como o Betriebsführer, o “dirigente de negócios”, que definia o lucro permitido pelo povo.

Como a esquerda é nominalista, acreditando em nomes, e não na realidade (mesmo que o nome seja inventado a posteriori, como “extrema-direita”), basta dizer “se aproximava de grandes empresas” para dar a impressão de que o nazismo era o verdadeiro Estado mínimo, quase um Tea Party, a própria Constituição Americana. Sem saber de como o nacional-socialismo controlava as empresas via sindicatos, e posteriormente, via Partido (ver a assustadora análise de John T. Flynn, em As We Go Marching), o marxista tenta pintar o nacional-socialismo como um… anti-socialismo. Até mesmo “capitalista”.

“Mais uma vez, ao contrário de perspectivas socail-democratas, socialistas ou marxstas, a centralização estatal não tinha intenções distributivas, não pretendia combater a desigualdade econômica ou diferenças sociais. Ao contrário, a razão de existência do Estado era manter as diferenças, diferenças raciais. Estabelecer um estado racialmente hegemônico, escravizar e eliminar raças inferiores. Combater e exterminar a oposição que falava em classes sociais.”

O ativista do PSOL Michel Gherman novamente diz algo baseando-se tão somente no que ele próprio acha que o nazismo é. Até mesmo racionamento de comida, roupas e produção industrial o nazismo fez, igualzinho em Cuba. Como isso não está nos livrinhos de Eric Hobsbawm e Theodor Adorno chamando o nazismo de “direita”, no manjado ad ignorantiam, para Gherman, o PSOL e a esquerda o fato simplesmente não existe.

“O nazismo, ao contrário do socialismo, não intencionava a abolição da propriedade privada e nem a coletivização dos meios de produção. O nazismo gostaria de garantir a arianização da econimia, buscava ter alianças com grandes empresas verdadeiramente alemães e buscaba construir um estado corporativo. O nazismo constituía-se assim, como modelo de capitalismo excludente e estatal. Nada mais distante do que qualquer posição a esquerda.”

Para quem conhece o modelo de gestão do nazismo, é fácil notar que todo o “capitalismo excludente” de Michel Gherman só existiu em sua própria cabeça (vide o que citamos acima, lembrando do livro As Seis Lições, de Ludwig von Mises). Nesta língua muito parecida com o português na qual Gherman escreve, um “capitalismo estatal” não poderia estar mais distante de “qualquer posição a esquerda”, sem crase. O que torna praticamente toda a esquerda não-marxista do mundo rigorosamente de extrema-direita.

“Mas não se enganem, nada mais distante, também, de qualquer posição de deireita liberal. O nazismo era um movimento de extrema –direita, o que em sua natureza é distinto da direita liberal e democrática.”

Novamente, a fonte para o nazismo ser de extrema-direita, tão “provada” pelo historiador, é o próprio historiador. Se alguém oferecer um milhão de dólares para Michel Gherman citar uma frase de Hitler ou de qualquer nazista se auto-declarando de direita ou extrema-direita, o ativista do PSOL vai permanecer pobre.

“Por fim, gostaria de afirmar o vínculo do nazismo com teorias conspirativas da história. O complô judaico-marxista era constantemente denunciado por Adolf Hitler em discursos e textos. Não havia, nesse sentido, espaço para o livre pensar.”

Quando alguém quiser inventar uma teoria da conspiração, aí está a receita: basta chamar de teoria da conspiração quem discorda da sua teoria. Aqui, muito atrelada à ignorância: o “complô judaico” (que não era marxista, Hitler separa com frieza os dois) de que Hitler acusava, literalmente, Deus e o mundo, foi baseado no livreto O Protocolo dos Sábios de Sião, criado justamente por russos denunciando o sionismo liberal, capitalista e elitista dos judeus. Mas, afinal, pesquisar algo que descobrimos em 2 minutos no Google vai além da capacidade “historiográfica” de militante do PSOL.

Claro, alguém pode cair nessa conversinha mole, que é fácil de ser deglutida por quem é lobotomizado desde a sexta série com aulas de História que só falam em teorias marxistas, sem apresentar um único historiador que fuja do cânone dos “permitidos”.



Assim, tudo fica fácil: nacional-socialismo só tem socialismo no nome por azar, Hitler era capitalista (!), até meio especulador financeiro, e Hitler odiava os judeus porque… bem, porque acordou um dia de mau humor. Entender o nazismo conforme o acima exposto, por outro lado, explica à perfeição todo o contexto histórico pré-nazismo, o que alimentou o nazismo, por que o nazismo era totalitarismo (e não capitalismo e propriedade privada, o que impede o totalitarismo), e até mesmo por que a esquerda, hoje, tem como inimigos justamente os mesmos inimigos do nazismo (Israel é só o exemplo óbvio).

Óbvio que há sempre o contra-argumento “meu professor de História de esquerda disse que é de direita, e o professor de História de esquerda do meu professor de História também disse que o nazismo é de direita”. O que só revela algo sobre como são as faculdades de História atoladas de marxistas, e não sobre a realidade de fatos históricos mais complexos do que sua lutinha de classes.


17 de agosto de 2017
flávio morgenstern

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