"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O MEDO DE LUIZ INÁCIO, UM CANDIDATO DE MENTIRA

Matérias sobre encontros inapropriados entre Jared Kushner e agentes do governo russo não passam de fake news; México e Colômbia conspiram com a CIA para intervir na Venezuela; o termo “propina” foi criado por empresários e o Ministério Público com o único intuito de prejudicar a classe política. Donald Trump, Nicolás Maduro e Lula certamente não combinaram o tom de suas declarações ao longo da última semana, mas nem precisariam. Populistas são todos iguais; mentir e manipular os fatos está na gênese das suas estratégias, tanto de ataque quanto de defesa.

Ainda assim, resguardada essa premissa, há uma importante diferença entre o mandatário ianque, o ditador venezuelano e o caudilho tupiniquim: apenas um deles é condenado e corre o risco de ir parar na cadeia.

Medo e instinto de sobrevivência. São essas as razões da retórica surrealista adotada por Luiz Inácio em seus recentes pronunciamentos. Não que se fazer de vítima para ludibriar a massa seja um hábito novo, entretanto o abuso das inverossimilhanças, sugestões capazes de ofender a inteligência do brasileiro mais crédulo, apenas escancaram o desespero de quem nunca se imaginou tão vulnerável.

Hoje, dentre outros ladeado pelos senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, enquanto é defendido por figuras emblemáticas como Renan Calheiros e Paulo Maluf, Lula se vê como o marujo que dá os últimos passos na prancha do pirata. E só vislumbra uma salvação: a fantasia de candidato.

Os tempos mudaram. E ele sabe.

Já não existe um antagonista boa praça como Fernando Henrique para ser demonizado. Também bateu asas o discurso que vendia uma esquerda moralmente imaculada. 
A narrativa da herança maldita está viva, mas dessa vez é verdadeira e será utilizada por seus adversários contra a sua imagem e a do PT.

Acima de tudo, porém, tornou-se impossível ressuscitar o personagem do metalúrgico que arrebatava multidões, de imagem maltrapilha e grande capacidade para se comunicar com o povo. 
Restou, somente, um senhor de cabeça branca, tão corrupto quanto milionário, apavorado com a ideia de passar bons anos na cadeia pelo assalto financeiro e moral que infligiu a um País inteiro.

Luiz Inácio não é candidato a nada. A não ser que fugir da prisão conte como projeto eleitoral.


02 de agosto de 2017
Mario Vitor Rodrigues, Revista IstoÉ

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