"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

DEPUTADOS DA BASE ALIADA FAZEM FILA NO PLANALTO PARA EXIGIR SUAS NOMEAÇÕES

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Temer decidiu demitir os indicados pelos “infiéis”
Passadas duas semanas da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, o governo decidiu, depois de um longo mapeamento, tirar cargos de cerca de 40 deputados da base considerados infiéis.
A expectativa do governo é que a decisão alivie a pressão sobre a articulação política, conduzida pelo ministro Antonio Imbassahy, que tem sido alvo de críticas de deputados ávidos por cargos, sobretudo de integrantes do centrão — grupo responsável pela vitória de Temer no plenário da Câmara.
NEGOCIAÇÕES – A matemática tem sido feita por Imbassahy ao lado dos líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE), que são os “detentores da lista”. Os demais ministros palacianos acompanham as conversas, mas não estão na linha de frente dessas negociações.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, como é comum que deputados tenham mais de um indicado na estrutura do governo, o número de cargos a serem trocados pode, ao menos, dobrar em relação a esses 40 parlamentares.
OPERAÇÕES CASADAS – No Diário Oficial, as operações serão casadas: será publicada a exoneração de um apadrinhado de um parlamentar que votou contra Temer e, na mesma edição, o novo ocupante do posto, indicado por alguém que votou alinhado com o presidente.
Assessores do Planalto, no entanto, afirmam que as decisões ainda podem demorar, já que é preciso uma pesquisa minuciosa para levantar a ficha dos indicados, o que fica a cargo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Casa Civil e também com assistência da Secretaria de Governo.
PESO DA REFORMA – Apesar disso, e de olho em apoio para a reforma da Previdência, fontes governistas confirmam que também está se negociando entregar cargos a parlamentares da base que votaram contra Temer, mas que se comprometerem a votar a favor da reforma. Os agraciados fazem parte do grupo que não tinha cargos na administração pública e, portanto, esses deputados ainda não estavam “fidelizados”.
Ao longo do dia de ontem, uma romaria de deputados foi ao Planalto para tratar de espaços no governo. De tarde, dezenas de parlamentares aguardavam na antessala do ministro Imbassahy para serem atendidos. Os que não esperavam o ministro seriam atendidos por seu chefe de gabinete, que também cuida das nomeações. A espera foi tanta que houve parlamentar que esperou duas horas e, sem previsão de atendimento, desistiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Esta é a versão brasileira do ensinamento de São Francisco de Assis, na oração que diz “é dando que se recebe”. E la nave va, cada vez mais fellinianamente… (C.N.)

18 de agosto de 2017
Leticia Fernandes
O Globo

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