"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DEPUTADO EXIGIU PROPINA DE R$ 15 MILHÕES, MAS RECEBEU APENAS R$ 200 MIL

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Charge do Cicero (cicero.art.br)
Em anexo de sua delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) revelou pedido de propina de R$ 15 milhões, em 2015, para barrar os avanços da CPI das obras da Copa do Mundo de 2014, na Assembleia Legislativa do Estado. O dinheiro ilícito serviria para não indiciá-lo. Com base na delação de Silval, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito para investigar uma ‘organização criminosa’ que se instalou na alta cúpula do governo de Mato Grosso.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já atribuiu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso, o papel de ‘líder’ da organização.
CPI FRAUDADA – Silval relatou, neste anexo, que a CPI era presidida pelo deputado Oscar Bezerra (PSB) e tinha como relator o deputado Mauro Savi (PSB). Fazia parte da comissão o também deputado Wagner Ramos (PSD).
“No ano de 2015, o colaborador foi procurado algumas vezes por Edevair Valim, ex-prefeito de Nobres, sendo que ele dizia representar o presidente da Comissão da CPI do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Edevair Valim dizia para o colaborador que o deputado Oscar Bezerra queria receber R$ 15 milhões para que a CPI não prosperasse, sendo que Edevair dizia que Oscar Bezerra falava em nome dos demais deputados integrantes da CPI”, relatou Silval.
O ex-governador de Mato Grosso contou que houve um encontro no escritório de seu filho. Segundo Silval, o ex-prefeito teria ido atrás dele ‘por cerca de mais de 10 vezes para tratar do pagamento dessa propina’.
PECHINCHANDO – “Com o avanço das conversas com Edevair o valor diminuiu para R$ 10 milhões, tendo Edevair dito que traria o deputado Oscar Bezerra para negociar diretamente com o colaborador, sendo que tal reunião foi marcada no pátio do mercado Big Lar, situado no bairro 3 Américas.
Nessa reunião compareceu o deputado Oscar Bezerra, sendo que Edevair foi até a casa do colaborador, tendo ambos se deslocado até o ponto de encontro no pátio do mercado Big Lar, sendo que alguns instantes depois Oscar Bezerra chegou no local sozinho, tendo Edevair saído de seu carro, oportunidade em que Oscar Bezerra entrou no carro de Edevair”, narrou.
Silval Barbosa relatou que o deputado Oscar lhe disse que ‘poderia fazer um acordo’. Segundo o delator, Oscar Bezerra afirmou que Silval ‘havia ficado com muito dinheiro e que tinha que dividir, tendo pedido R$ 10 milhões para isentar o colaborador no relatório final’.
NÃO PAGOU – O ex-governador declarou não ter pago a propina. “Nessa conversa, Oscar Bezerra insistiu muito para que o colaborador efetuasse tal pagamento, tendo um gesto de que realmente o colaborador iria pagar, tendo Oscar Bezerra entregue o numero de conta bancária e o nome de uma empresa, que era uma factoring, tendo o colaborador efetuado o pagamento no valor de R$ 200 mil nessa conta. Com a prisão do colaborador, o seu filho Rodrigo foi procurado pelo deputado Wagner Ramos, que é membro da comissão da CPI, pedindo o valor de R$ 7 milhões para “resolver” a questão da CPI. Tais valores acabaram não sendo pagos e a pressão parou.”
Silval informou aos investigadores ter o comprovante do pagamento. A transferência, segundo ele, ocorreu ‘pouco tempo antes’ de sua prisão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Fux agiu acertadamente ao tornar públicas as delações. Com isso, descortinou o véu de uma corrupção verdadeiramente monstruosa, que tem como líder um ministro de Estado, que paradoxalmente nem corre risco de ser demitido, porque o atual governo não tem o menor compromisso com a ética ou com a honestidade. (C.N.)


28 de agosto de 2017
Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

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