"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

DELAÇÃO NO RIO ENTREGA JORGE PICCIANI E QUASE TODOS OS CONSELHEIROS DO TCE-RJ


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Picciani vai fazer companhia ao amigo e parceiro Cabral
Desde que o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho Filho foi levado, no dia 13 de dezembro, sob condução coercitiva, à Polícia Federal, um amigo dele tenta encontrá-lo. Depois de telefonar inutilmente, apelou à irmã do conselheiro, Roseli Pessanha. Dias depois, conseguiu se reunir com o filho do ex-presidente, o advogado Jonas Neto, também conduzido à PF. E finalmente faz o apelo pretendido: “Por favor, peça ao seu pai que faça a delação enquanto é tempo”.
Jonas saiu de circulação há pelo menos seis semanas. No dia 28 de dezembro, a imprensa noticiou que ele havia pedido licença de três meses. Na edição de domingo do Globo, o colunista Lauro Jardim informou que o ex-presidente e o filho estão em pleno processo de delação premiada. De acordo com o colunista, ele já teria denunciado o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jorge Picciani, e cinco dos outros seis conselheiros do TCE. O Ministério Público Federal, como de praxe, não confirma o acordo.
PROPINA DE 1% – As investigações envolvendo o TCE estão sendo conduzidas pelo subprocurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, com a colaboração da força-tarefa da Operação Calicute no Rio. O inquérito foi aberto com base na delação de dois ex-executivos da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo e Rogério Nora de Sá. Eles contaram que, para não ter problemas na aprovação dos contratos de obras e aditivos no TCE, pagaram propina no valor de 1% do dinheiro repassado à empreiteira.
Jonas é considerado, potencialmente, um delator forte. Além de presidir o TCE de 2011 a 2016, pegando o auge das obras que prepararam o Rio para a Copa do Mundo de Futebol e para os Jogos Olímpicos, o ex-presidente também conduzia o processo de fiscalização das contas das prefeituras fluminenses (à exceção da capital) e das autarquias estaduais. Uma das linhas de investigação explorava os contratos do escritório de Jonas Neto, filho do conselheiro e suspeito de operar a propina, com empreiteiras que prestam serviços aos municípios fluminenses.
ESQUEMA DE CABRAL – De acordo com as delações, Jonas se valia de um ex-assessor do TCE Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, para fazer a coleta da propina e lavá-la em seguida. Os delatores da Andrade Gutierrez contaram que a propina de 1% para o TCE foi acertada com o então secretário de Governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, que está preso.
No depoimento, Clóvis Primo citou o nome do conselheiro José Maurício Nolasco. Até então, o esquema de corrupção no tribunal seria desorganizado, obrigando as empresas interessadas a negociarem diretamente com os conselheiros. Wilson Carlos teria organizado o fluxo de recursos, determinando que a propina fosse entregue diretamente ao presidente, que cuidaria da partilha, encerrando assim as negociações isoladas, nas quais todos ficavam mais expostos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O enriquecimento ilícito da família Picciani é uma afronta à opinião pública. Agora, o colunista Lauro Jardim anunciou que a impunidade vai acabar e o jornalista Chico Otávio complementa a notícia de O Globo, que merece ser comemorada em praça pública. Quanto ao Tribunal de Contas, precisa de uma urgente desratização que extirpe os corruptos, especialmente Aloysio Neves, da turma do guardanapo de Sérgio Cabral(C.N.)

13 de fevereiro de 2017
Chico Otavio
O Globo

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