"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

RENUNCIAR, NUNCA! A HORA É DE REDOBRAR A LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO


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Charge do Tacho, reprodução do Jornal NH













De tempos imemoriais vem a observação de que muitas vezes o dia seguinte consegue ficar pior do que a véspera. Com todo o respeito, é o caso dos procuradores da operação Lava Jato, que ameaçam suspender as investigações contra a corrupção e os corruptos, abandonando o trabalho a que se dedicam faz tempo.
Entende-se a exasperação dos doutores, até agora responsáveis pela mais importante ação de combate à roubalheira desenfreada. A Câmara dos Deputados demoliu o projeto de inspiração dos procuradores, dez postulados que dariam mais eficiência à caça aos bandidos de colarinho branco. Em nota oficial, eles classificaram a votação da madrugada de quarta-feira, pelos deputados, de “golpe mais forte desferido contra a Lava Jato em toda a sua história”. Caso o Senado também se manifeste assim, e se o presidente Michel Temer sancionar a aberração, os procuradores renunciariam coletivamente à missão desempenhada.
Quer dizer, os envolvidos nos crimes contra o patrimônio público celebrariam. Ficariam felizes por evitar as punições. Demonstrariam que roubar vale à pena. Que o crime compensa.
RENUNCIAR? – Trata-se de um erro fundamental, capaz de implodir o Ministério Público. De desmoralizar a nobre função de defesa da sociedade.
Os procuradores certamente deixaram-se influenciar pela emoção. Viram seu esforço fracassado por conta da ação de deputados empenhados em escapar da cassação de seus mandatos. Mais uma página de vergonha escrita pela quadrilha dos que já deveriam estar na cadeia.
Caso o Senado e, depois, o presidente da República, pratiquem o mesmo escândalo, a única saída para os procuradores seria redobrar seus esforços nas investigações e nas denúncias, aguardando as iniciativas da Justiça. O objetivo final é a punição dos meliantes, afastados e se possível, presos. Não há fator que justifique a  omissão. Renunciar, nunca.

02 de dezembro de 2016
Carlos Chagas

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