"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

ODEBRECHT ESCANDALIZOU O MUNDO COM A SUA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Barra de São Miguel, AL – Fantástica! Esta é a palavra que bem definiria a tão sofisticada rede criminosa montada pela Odebrecht em vários países. 
Todos os órgãos de informações do mundo, principalmente os dos Estados Unidos, o país onde se concentram os maiores crimes financeiros, são unânimes em afirmar que a empreiteira brasileira é a maior rede de corrupção que já apareceu no universo. 
Não à toa, para continuar sobrevivendo no mercado, ela e a Braskem, empresa do grupo, estão desembolsando mais de 7 bilhões de reais, uma espécie de mea culpa, para não acabar de vez, já que, nessa altura do campeonato, ela respira com auxílio de aparelho pelo seu grande endividamento no mercado financeiro.

Marcelo Odebrecht, aquele rapaz bem-afeiçoado, então presidente da empresa, é o líder da organização criminosa que envolveu presidentes, políticos e empresários pelo mundo afora. No Brasil, manteve durante décadas uma lista com os nomes de mais de duzentos políticos. E no topo dela, uma conta em aberto em nome de Lula, administrada por seu amigo Antônio Palocci, o ex-ministro da Fazenda, preso na Lava Jato. Era a contrapartida para o ex-presidente, que se transformou no maior lobista da empresa aqui e no exterior quando esteve no poder e fora dele, sacar a descoberto.

Nem o tráfico de drogas conseguiu organizar um sistema tão requintado voltado para o crime como o da Odebrecht. Por trás de uma empreiteira organizada, eficiente e financeiramente saudável, existia uma quadrilha com as mesmas qualidades cujo principal objetivo era atrair agentes públicos do mundo para o seu staff de criminosos. 
Como um polvo, espalhou seus tentáculos para dentro do Parlamento, do Executivo e do Judiciário em vários países. Conseguiu driblar, por muito tempo, até mesmo o mais eficiente sistema de rastreamento de lavagem de dinheiro dos Estados Unidos.

Sabe-se agora que a impressionante fortuna acumulada desde 1944, ano da fundação do grupo, que manteve a empresa no ranking das mais bem-sucedidas do mundo, não foi fruto apenas das obras gigantescas que realizou, mas também de um esquema com o poder que lhe permitiu se agigantar nos governos militares a partir de 1969. 
E o que pouca gente sabe é que a ascensão do grupo começou à época, ironicamente, pelas mãos de um político. O ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, foi um dos maiores colaboradores de Emílio, o patriarca da família, quando esteve à frente da Eletrobrás no governo Geisel, no final da década de 1970.

A Odebrecht passava por dificuldades quando ACM decidiu ajudar o conterrâneo no setor elétrico. Foi o principal lobista para que a empreiteira liderasse o consórcio que iria construir as usinas nucleares de Angra dos Reis. 
Dali para frente, como dois siameses, voaram juntos em céu de brigadeiro durante muito tempo com a empresa baiana comandando quase todas as obras do setor elétrico aqui e lá fora (81 usinas hidrelétricas, 17 usinas térmicas, duas usinas nucleares). Como se vê, os Odebrecht sempre estiveram a reboque dos políticos no país para liderar o mundo obscuro das concorrências públicas.

Não é de se estranhar que os marqueteiros baianos também estiveram a serviço da organização criminosa nessas últimas décadas, pois passava pela Odebrecht o pagamento das campanhas dos políticos mais promissores do país. 
A operação era muito simples: a Odebrecht elegia seus políticos preferidos, elevando-os ao maior patamar do Executivo e do Parlamento. 
Para isso financiava os marqueteiros da sua terra a peso de ouro. Garantia, assim, em muito casos, a vitória dos seus candidatos e a eternização no poder. 
Essa sofisticada operação é fruto da cabeça de Marcelo, o principal executivo da empresa, desde que assumiu o comando do grupo. A megalomania do executivo é que transformou a Odebrecht no maior covil de criminosos do universo só comparado, do ponto de vista financeiro, aos cartéis das drogas.

Com a genialidade que Marcelo teve, de manipular com eficiência essa rede de corrupção pelo mundo, você ainda tem dúvidas quanto à permanência dele na cadeia? 
A delação do fim do mundo, onde quase uma centena de executivos da sua empresa entregou espontaneamente a contabilidade da empresa, é uma estratégia ardilosa de Marcelo para protelar as investigações e deixar a cadeia antes de cumprir os seus quase vinte anos de prisão.

Quem viver, verá.


26 de dezembro de 2016
jorge oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário