Declarou o presidente Michel Temer, numa espécie de presente de Papai Noel, que não pretende reformar o ministério. Em especial para Eliseu Padilha, disse que não pensa em demiti-lo da chefia da Casa Civil. Em política, essas afirmações costumam mudar, de acordo com as contingências, mas às vezes também se confirmam. Nem Temer detém a chave do futuro, nem Padilha é senhor do amanhã. No Dia do Natal, ficou tudo estava. Quando chegar o Ano Novo, ninguém sabe.
Fica claro, porém, que a lista da Odebrecht vem por aí. O chefe da Casa Civil já foi referido como inserido na relação dos ministros incluídos nas propinas distribuídas pela empreiteira. Seu nome poderá ser incluído ou não nos processos do Supremo Tribunal Federal. Saberemos em poucos dias.
Perto de 200 políticos não têm dormido bem, neste final de ano. Claro que muitos escaparão das penas da lei, mantendo seus mandatos, mas quantos acabarão fulminados?
Jamais o país viveu um final de ano como o atual. Nem um começo como o que se aproxima. Há muitas décadas, deputados, senadores, ministros e ex-ministros enfrentaram período igual. Era assim às vésperas da divulgação das listas de cassação pelo regime militar. Naqueles idos, com raríssimas exceções, não se viam banidos da vida pública por crimes de corrupção. Era por subversão, prática impossível de ser demonstrada. De vez em quando os algozes incorriam em erros que seria m cômicos se não fossem trágicos. Certa feita cassaram e suspenderam os direitos políticos de um tal Deputado Antônio Vaz de Andrade. Esse nome não constava da relação da Câmara Federal, e o deputado Paes de Andrade escapou para depois presidir o MDB e a própria Câmara. Nenhum dos ministros que eram deputados disse uma palavra, festejando todos aquela alforria inusitada. Quem sabe algum ministro do Supremo Tribunal Federal possa festejar situação semelhante?
27 de dezembro de 2016
Carlos Chagas
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