A sociedade brasileira está em franca decadência, apesar das baforadas de suposta civilidade que asperge aqui e acolá. Para piorar o cenário, a juventude atual, que em poucos anos assumirá o comando do País, está perdida, órfã de valores, sem referências sólidas e confiáveis. Isso significa que dificilmente o Brasil continuará ostentando o rótulo de país do futuro, que há décadas promete chegar, mas tem enganado de forma recorrente o cidadão de bem.
Falar em futuro só é possível quando alguém cuida do presente, algo que não acontece há algumas décadas. É preciso pensar coletivamente e aposta no longo prazo, mas o brasileiro é tão egoísta quanto imediatista. Em uma sociedade marcada por desníveis quase sem solução, o som do “vale tudo” é que embala essa juventude transviada. Pode parecer excesso de lamentação do UCHO.INFO, mas é preciso enfrentar a realidade e olhar na direção do amanhã.
Se a receita para uma nação minimamente digna passa pela educação, não é errado afirmar que o Brasil azedou. Não há respeito pelo próximo e muito menos sabe-se o que é cidadania. O que é lamentável, pois o País continuará na vala da pasmaceira.
Na contramão do que dever-se-ia esperar de um povo supostamente civilizado, em São Paulo, mais rico e importante estado da federação, pelo menos 23 professores da rede pública estadual de ensino são vítimas de agressões a cada mês. Trata-se do maior número de agressões no ambiente escolar dos últimos dois anos. Em 2015, o número de agressões chegou a 15 docentes, enquanto que 2014 foram registrados 20 atos de violência.
De janeiro a 31 de julho deste ano, as 5,2 mil escolas públicas de São Paulo registraram 164 casos de agressão. Ao longo do ano passado, foram 188 casos e no ano anterior, 237. Na média, um professor da rede pública é agredido a cada dois dias no estado de São Paulo. Para piorar um quadro que já é sabidamente ruim, o Brasil lidera o ranking global de violência contra professores.
A Secretaria Estadual de Educação de SP informa que os dados começaram a ser contabilizados com regularidade a partir de outubro de 2013, o que a impede de fazer avaliação com base em série histórica mais alongada. Essa argumentação tenta abrigar-se na estatística, mas nada justifica a violência por parte dos alunos, os quais deveriam ser tratados com o rigor da lei.
Quando os profissionais que são primordiais no processo de formação do cidadão passam a ser alvo de agressões, é porque o País está sem controle e fadado à débâcle generalizada em questão de poucos anos. É impossível pensar em nação diante de um cenário em que professores são agredidos por causa da intolerância e da violência daqueles que deveriam ir à escola para aprender e burilar o caráter. Enfim…
27 de dezembro de 2016
ucho.info
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