"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

POR 2018, CIRO GOMES TENTA ATRAIR GOVERNADORES PETISTAS

Negociação está mais avançada no Ceará, Estado do ex-governador


Diante da derrocada do PT nas eleições municipais deste ano e da incerteza quanto à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, o grupo político do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) já negocia com governadores petistas a migração deles para outros partidos que integram seu projeto presidencial.

A negociação está mais avançada no Ceará, Estado de Ciro e em cuja capital, Fortaleza, ele conseguiu eleger neste domingo o seu candidato, Roberto Cláudio (PDT). No primeiro turno, a candidata do PT, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), teve 15% dos votos e nem sequer chegou ao segundo turno.


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No Estado, o governador Camilo Santana (PT) busca integrar o projeto de Ciro via PSB. Ele já conversou com o presidente do partido, Carlos Siqueira, e aguarda uma definição do cenário eleitoral para tomar a decisão. Uma das possibilidades em debate é de que ele possa disputar o Senado pela sigla em 2018. Isso abriria espaço para o ex-governador Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro, concorrer novamente ao governo.

A relação de Santana com o PSB é antiga. Ele e seu pai, o ex-deputado federal Eudoro Santana, já foram filiados ao partido. Santana foi candidato a prefeito de Barbalha (CE) pelo PSB em 2000, quando ficou em 4º lugar. Além disso, tanto Cid como Ciro já integraram o partido, mas trocaram de legenda em 2014 para apoiar a reeleição da presidente cassada Dilma Rousseff. Na ocasião, Eduardo Campos foi o candidato do PSB.

Questionado, Santana desconversou sobre a possibilidade de deixar o PT. “Na vida, não podemos descartar nenhuma decisão”, disse.

A ideia de interlocutores de Ciro é que, a partir do Ceará, outros governadores do Nordeste também integrem o seu projeto de chegar ao Planalto. No dia 20 do mês passado, o próprio Santana se reuniu com outros dois governadores petistas que, segundo fontes, também têm apontado dificuldades eleitorais em 2018 caso continuem no PT: Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí). Oficialmente, o encontro foi para discutir a conjuntura política. A saída do PT teria sido um dos assuntos do encontro, que ocorreu em Salvador.

O Nordeste é a região onde o PT, após a chegada de Lula à Presidência, conseguiu mais votos em todas as eleições presidenciais desde 2006. Neste ano, porém, não elegeu nenhum prefeito nas nove capitais da região.

A principal preocupação dos governadores petistas é de não conseguir se reeleger em 2018, diante da crise que o partido vive e do sentimento antipetista, evidenciado nas urnas com o pior desempenho da legenda em eleições municipais nos últimos 20 anos.

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Atualmente, o PT comanda cinco governos estaduais: Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Acre. Apenas no Acre, o governador Tião Viana não poderá tentar a reeleição. No caso da Bahia, líderes do PDT afirmam que o governador vai conversar com o presidente do partido, Carlos Lupi, sobre uma possível migração para a legenda. Aliados de Costa dizem, porém, achar difícil a mudança.

“Não vi nenhum vestígio remoto disso ainda. Acho improvável. O Rui é um dos fundadores do PT, é do grupo do [ex-ministro] Jaques Wagner”, afirmou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence. Por meio de sua assessoria, Costa negou a intenção de deixar o partido.

Da mesma forma, aliados de Wellington Dias afirmam que o governador do Piauí também não tem dados sinais de que vá mudar de partido. “Pelo contrário, ele tem dado sinais de defesa do PT, do ex-presidente Lula”, disse o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), que foi ministro da Saúde durante o governo Dilma.

Na Câmara dos Deputados, o partido se prepara para uma possível debandada de parlamentares para outras siglas. Estima-se que até 40 dos 58 parlamentares do partido avaliam a saída da legenda. Segundo apurou o Estado, o PDT tenta atrair a maior parte deste grupo que estaria insatisfeito.


(Com Estadão Conteúdo)
01 de novembro de 2016
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