"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

RODRIGO MAIA EXPÔS AS FRAQUEZAS E VACILAÇÕES DE MICHEL TEMER


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Charge do Iotti, reprodução da Zero Hora
























Surpreendente, mas exatamente isso que está no título. Na entrevista a Mônica Weinberg e Thiago Prado, revista Veja que está nas bancas, o deputado Rodrigo Maia expôs as vacilações e fraquezas do governo Michel Temer, chamando sua atenção e da opinião pública para a falta de unidade do Executivo em questões essenciais e ausência de sintonia com o povo nas ruas.
Acentuou que a comunicação jornalística encontra-se péssima, desenvolvida de forma antiquada, mofada, infeliz. Publicidade, digo eu, não resolve. Funciona no setor comercial, mas os governos não são produtos. As mensagens exigem conteúdo concreto, não fantasia.
A diferença entre a informação jornalística e a publicidade é a mesma que, na matemática, separa o axioma do teorema. O teorema exige comprovação prática. O axioma é simplesmente o contrário do teorema.
AVANÇOS E RECUOS – O presidente da Câmara Federal destacou objetivamente os avanços e recuos do governo, como o secretário da Previdência ter se antecipado a Michel Temer e anunciado as bases do projeto de emenda constitucional. Não era nada disso. O Palácio do Planalto teve que corrigir as informações. O mesmo aconteceu com o ministro do Trabalho. Divulgou matéria que não estava nas intenções do presidente da República. Francamente um desastre.
Desastre também foram as pressões do PSDB que levam à mudança de rumos e das oportunidades traçadas por Temer. O PSDB, fica a impressão, deseja transferir para o PMDB as consequências das medidas impopulares incluídas na pata do governo. É a única explicação.
ÂNSIA DO PSDB – É uma explicação incômoda e extremamente negativa, por sinal. Revela a ânsia de dominar o governo e colocá-lo a seu serviço para as urnas de 2018. Talvez até para a hipótese das urnas de 2016 caso o TSE anulasse a sucessão de 2014.
Mas esta perspectiva foi praticamente afastada pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que em entrevista a Clarissa Thomé e Fábio Grellet, em O Estado de São Paulo de sábado, afirmou que o julgamento desta matéria deve ocorrer em 2017. Portanto, se a anulação (difícil) vier a ser estabelecida, ao invés de diretas, haverá eleição indireta para a presidência da República.
AÉCIO NEVES – Quem é o autor da ação? O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB. Mas no caso de eleição indireta, a ação simplesmente deixa de interessar ao PSDB.
São os caminhos sinuosos da política, mistura da ciência e arte, com suas táticas e estratégias. Exatamente como a existência humana. Os imprevistos surgem a cada passo. As direções mudam com os ventos.
Porém, há necessidade de conteúdo concreto. A fantasia não resolve nada. Muito menos slogans vazios e sem ritmo e rumo.
ESTÁDIO MÁRIO FILHO – Por falar em rumo, leio na coluna de Lauro Jardim, O Globo, edição de domingo, que o governo do Rio de Janeiro está tentando conseguir que a administração do Maracanã seja passada a um novo consórcio, pois a Odebrecht desistiu do contrato.
Lauro Jardim diz que a exigência é manter o nome Maracanã. É pouco. Por dever histórico, tem que ser Maracanã, Estádio Mario Filho, nome do jornalista, irmão do meu amigo Nélson Rodrigues, que liderou a campanha para erguê-lo. Não pode ser esquecido.

22 de setembro de 2016
Pedro Coutto

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