"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 26 de julho de 2016

PIMENTEL E A SOMA DE TODOS OS PROCESSOS


O governador de Minas Gerais está a cada dia mais próximo do  esgoto. Não bastassem as denúncias escabrosas envolvendo Fernando Pimentel e a mulher Carolina Oliveira na operação Acrônimo, desencadeada pela Polícia Federal, mais indícios de malfeitos surgem sobre o governador.

Os investigadores  fazem o cerco numa suposta  atuação da Secretaria de Aviação Civil junto com a JHSF para construir o aeroporto Catarina, na cidade paulista de São Roque, atendendo pedido de Fernando Pimentel.
Curiosamente, no último pleito presidencial o enfrentamento político tinha como foco um outro aeroporto, o de Cláudio, construído pelo governo de Aécio Neves em imóvel de propriedade de um tio do senador mineiro.

Enquanto o comitê de campanha de Aécio Neves se desdobrava para explicar aos eleitores que nada de ilegal havia na construção do aeroporto de Cláudio, Fernando Pimentel agia para que a Secretaria de Aviação Civil entregasse para a JHSF a construção do aeroporto Catarina, no interior paulista.

A força tarefa da operação Acrônimo está querendo saber quem na Secretaria de Aviação Civil ajudou Fernando Pimentel na operação Catarina. Foi na delação de Benedito de Oliveira, o amigo de todas as horas e lugares do casal Pimentel, que surgiu essa nova face da Acrônimo. Bené já havia oferecido material substancioso sobre a movimentação do ex-ministro de Dilma nos financiamentos do BNDES às empreiteiras envolvidas nas negociatas da operação Lava Jato.

A denúncia oferecida pela Vice-Procuradoria Geral da República contra Fernando Pimentel é um verdadeiro passeio pela legislação penal, como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O atual governador mineiro nega veementemente  as malfeitorias, mas o material e o depoimento ofertados por Benedito de Oliveira são comprometedores e nada republicanos.

Pesa, ainda, contra o casal que ocupa o Palácio das Mangabeiras um fato pra lá de conflituoso: as faturas do cartão de crédito da madame e suas viagens turísticas foram pagas pela sócia da agência Pepper, Danielle Fonteles, e pelo amigo (olha ele aqui de novo) Benedito de Oliveira. Convém salientar que a empresária Danielle Fonteles está negociando sua colaboração e possivelmente novos fatos aparecerão no cenário nacional.

Em delação premiada e já homologada judicialmente, Bené acusa Fernando Pimentel, ex-ministro de Dilma Rousseff, de ter recebido ilegalmente 14,5 milhões de reais das empreiteiras Odebrecht e OAS. Além, é claro, do imbróglio do caso CAOA e a propina de 2 milhões de reais, segundo ainda Benedito de Oliveira. A defesa do atual governador mineiro nega as afirmações do delator. Isso não é tudo.

Na justiça eleitoral corre um processo sobre os gastos de campanha de Fernando Pimentel para o governo de Minas Gerais.
Os números são assustadores, pelo volume e pela  origem – como dizer? – suspeita.
Confirmadas as denúncias contra Fernando Pimentel o efeito será devastador, pois estarão no mesmo barco a presidente afastada e alguns  dirigentes do BNDES, estes na época em que Pimentel estava como titular do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Antigos processos, dos tempos de prefeito de Belo Horizonte, assombram o atual governador mineiro.
O prazo de validade de Pimentel está se esgotando.


26 de julho de 2016
Nilson Borges Filho

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