"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

ALÉM DOS ATENTADOS REAIS, É PRECISO SE LIVRAR DO TERRORISMO DA BOATARIA

Crivado de balas, o caminhão avançou no meio da multidã


Os atentados terroristas são tragédias que destroçam mesmo nossos corações. Nos calam. São amargas demais. E passamos a ter medo de viver. 
É um misto de intensa dor e intenso ódio. A que ponto a humanidade chegou! 

Não se tem notícia de um gesto de grandeza que comova o mundo. Salva-se apenas o Papa Francisco. E ninguém mais. Agora tem a ameaça do Donald Trump. 
O noticiário, sem culpa, por cumprir sua missão de informar, nos descarrega todos os dias um monte de cenas horríveis, que entram em nossas casas, em nossos olhos e se instalam em nossas mentes e delas nunca mais desaparecem. 
Sejam nós idosos, ou não. São cenas que assistimos e que custam a crer tenham sido elas obra da mão do homem.

A cada dia o pior acontece. Essa tragédia de ontem em Nice nunca mais vai desaparecer de nossa lembrança. Nunca mais. Passará de geração para geração. 
A de ontem e todas as anteriores. Quando é na França, ganha mais destaque nos meios de comunicação. Mas a carnificina ocorre todos os dias no Oriente Médio, na África…

Mas também somos culpados. E muito. Perdão, general De Gaulle, perdão Napoleão Bonaparte, perdão Marat, Robespierre & Cia…Nós também somos culpados. 
Esse serviço de inteligência da França é um fracasso.

JOANA D’ARC – Os ingleses ocuparam a França por cem anos. Até aparecer uma jovem de 19 anos que ouvia vozes que a determinavam a libertar seu povo. E mesmo desacreditada, Joana D’Arc conseguiu a confiança do Rei e libertou a França do jugo inglês. Não fosse ela, não sei o que seria da história. Hoje, não temos mais Joana D’Arc.

Temos lá na França um serviço que dizem ser de “inteligência” mas que de inteligência não tem nada. São frouxos. Na boca do povão brasileiro seriam chamados de “bunda mole”. 
Quem entra numa padaria, nos restaurantes, numa farmácia, ou seja, em qualquer loja do comércio na França ouve mil vezes dizerem “merci”, “s’il vous plaît”, “pardon” e outras “délicatesses” mais, numa frescura-zoeira chatíssima e sem fim.

E o vigor sem perder a educação? É o que falta lá. Onde já se viu um caminhão daquele tamanho, num país alvo do terrorismo, numa noite comemorativa do 14 de Julho, invadir a orla marítima repleta de gente e que tinha o trânsito de veículos proibido e percorrer quase dois quilômetros matando e ferindo gravemente todos que encontravam à sua frente? Onde estava a “inteligência” e a polícia francesa?

AQUI NÃO ACONTECERIA – Duvido que aqui no Rio, no Réveillon, um fusca se atreva a invadir e transitar pela Avenida Atlântica, antes, durante e horas depois da festa. 

Nem um fusca, nem uma moto, nem qualquer outro veículo conseguiria. Mesmo com as nossas polícias, civil e militar, em estado de penúria de armamento, de salário, de recursos humanos, disso tudo e de muito mais, com faixas em inglês nos aeroportos dizendo “Bem-Vindos ao Inferno”. 
Mesmo tendo Paes como alcaide e Dornelles como governador, ninguém conseguiria.

Dois ou três dias atrás um maluco francês, de terno e gravata ou fardado, não sabemos ao certo, deixou propositadamente “escapar” que um brasileiro estaria à frente de um ataque terrorista no Rio durante os Jogos Olímpicos. 

Por favor, senhores que governam e falam pela França, não espalhem o terror. Não metam medo no povo do Rio que já anda tão amedrontado.
Calem a boca, que lhes diremos mil vezes “merci”. 

Ou então, mostrem quem é este tal brasileiro. Provem que tudo isso não passou de boataria. Que o plano existe mesmo, que todos já foram identificados. Até lá, vocês que governam a França e seu fracassado serviço de inteligência, passam a ser vistos como terroristas também. 
O terrorismo da boataria.

15 de julho de 2016
Jorge Béja

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