"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 29 de maio de 2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Debates na guerra do fim dos imundos



"A Guerra do fim dos imundos", de todos contra todos, no gigantesco impasse institucional em ritmo de ruptura no Brasil, em meio a mais brutal crise estrutural de nossa História, tem produzido debates importantíssimos para o inevitável aprimoramento das instituições de uma república que precisa ser reproclamada e refundada. Executivo, Legislativo e Judiciário precisam ser simbolicamente "rebobinados" (como a gente fazia com a fita do velho videocassete). Ninguém aguenta mais tanta crise, em meio ao desgoverno do crime organizado e ao show de burrice e insensibilidade das "zelites" tupiniquins.

As revelações de grampos, delações premiadas e filmagens selecionadas no parlamento confirmam a extensão e a gravidade da pauta de mudanças. Vale a pena rever, com atenção, alguns áudios e vídeos. Na sessão plenária de 28 de abril, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) denunciou o que definiu como covardia do parlamento diante de pressões por aumentos salariais de segmentos com alto poder de fogo, como o judiciário. Os deputados aprovaram o reajuste. A então Presidenta Dilma Rousseff acabou vetando o aumentinho de 41,47%. Alguém divida que ela levará o troco - justa ou injustamente?


O deputado gaúcho trouxe o parlamento para o mundo real: "O setor público brasileiro não abriu os olhos para a crise em que nós estamos. A crise não chegou aqui. Para nós, os marajás do serviço público, os salários mais altos do serviço público, a crise não chegou. Ninguém aqui se deu conta da crise. Ninguém aqui se seu conta das 200 mil empresas fechadas no Brasil. Ninguém aqui anda na rua e vê o número de zumbis andando de madrugada, porque estão perdendo suas casas, sua fonte de renda. Ninguém se deu conta de nada. Os senhores vivem aonde? São alienígenas ou alienados?".

Nelson Marchezan Júnior fez uma autocrítica: "Eu hoje quase me arrependo... Não fosse esse governo tão ruim e tão criminoso, eu estaria arrependido de ter votado a favor do impeachment neste momento. Porque a crise efetivamente não chegou na vida dos senhores e nem daqueles que cercam os senhores e que influenciam no voto. Porque o povo não influencia nos votos de vossas excelências. Quem influencia são os capas pretas que vem aqui. E não estão aqui representando o judiciário. Não estão aqui representando a instituição Ministério Público. Estão aqui representando o seu bolso, única e exclusivamente. E é para esses que alguns aqui, por medo ou por covardia, votam a favor. Esses os senhores defendem. A esses vocês temem. Talvez aos seus eleitores, não. Porque muitos aqui, com acordos espúrios, compram seus votos".

O gaúcho Marchezan Júnior pegou na veia: "Eu vim aqui para usar a palavra Justiça. Vocês não tiveram um mínimo de educação e não estudaram o que significa a palavra Justiça. Que Justiça é essa que aumenta o salário daqueles que têm emprego garantido e que têm os maiores salários da vida brasileira. E vossas excelências debatendo que esses salários são urgentes debater e não precisam passar pelas comissões como todos os outros salários de qualquer servidor federal. Justiça... Não use essa palavra porque vocês indignam esta palavra quando a usam para defender aumento dos servidores do judiciário e do ministério público neste momento".

O deputado tucano prosseguiu. "Vossas Excelências sabem que ao dizerem sim aqui ou são totalmente ignorantes em relação à estrutura federal e financeira, ou fingem que não sabem. Não tem como dizer sim a todos. Vocês estão dizendo sim para aqueles que tem a maior pedaço do orçamento federal no seu bolso individual. Isto quer dizer vossas excelências estão dizendo não, não é urgente, àqueles que ganham menos na estrutura pública federal. Não é urgente a questão do desemprego... Não é urgente a falta de estrutura na saúde, da segurança e da educação. E chamar me de demagogo... Demagogo é quem pega o microfone para dizer sim para todos. E den ovo a escolha deste plenário é dizer sim para aqueles que precisam menos neste momento. Isto não pode ser chamado de Justiça"...

Resumindo: "Vossas Excelências estão cuspindo na cara do povo brasileiro".

E o povo nunca esteve tão pt da vida, e reagindo do jeito que pode e dá...

As "Zelites" e seus políticos corruptos que se cuidem...

Números da Lava Jato

Recente atualização feita por Deltan Dallagnol

Aula de Ciência Política no Brasil


Voltou a viralizar na internet a "aula de consultoria" dada pelo cientista político Alberto Carlos de Almeida em conversa telefônica interceptada com Luiz Inácio Lula da Silva, tornada pública pelo juiz Sérgio Fernando Moro.

Autor do livro "A cabeça do Brasileiro", Alberto Carlos de Almeida foi quem teria dado o sábio conselho para Lula assumir um ministério de Dilma, a fim de que ganhasse foro privilegiado, blindando-se da 13a Vara Federal em Curitiba.

Ponderando que falava com "alarmismo", Alberto Carlos de Almeida avaliou: "Dizendo com clareza, não estou colocando panos quentes, eles te condenaram já, efetivamente. Não tem defesa jurídica que salve. Estou falando com alarmismo mesmo. É uma decisão individual daquele cara lá de Curitiba. Ele toma a decisão, está tomada, acabou".

Lula, depois de receber o conselho para virar ministro, ponderou: "Eu estou vivendo uma situação de anormalidade. Esses caras podem investigar minhas contas na casa do caralho, que não vão encontrar um centavo. Esses caras sabem que eu não tenho apartamento. Esses caras sabem que eu não tenho a chácara. Esses caras sabem que eu não só fiz muita palestra como eu fui o mais bem pago conferencista do começo do século 21. Só eu, Clinton e o Stiglitz depois. Eu quero ver como eles vão provar que eu tenho uma chácara, que eu tenho um apartamento, que alguém vai ter que pagar pra mim ter.

Alberto Carlos retruca: "Da forma como o processo é construído, eles já fizeram isso. Você vai botar a defesa e eles vão dizer 'dane-se'. Ele acabou de dizer no negócio do Marcelo (Odebrecht) que é domínio do fato, e acabou. É autoritária a Justiça brasileira. É a última peça de autoritarismo da sociedade brasileira. E você está embaixo dela. Fudeu. O cara montou isso. Ele tem a faca e o queijo na mão".

Detalhe: o colunista de O Globo, Luiz Anônio Novaes, informa que a consultoria de Alberto Carlos de Almeida teria recebido do governo federal, desde 2013, R4 7 milhões por seus serviços.

Luta perdida

Também vale a pena escutar novamente outra famosa conversa de quase 10 minutos entre uma muito pessimista Presidenta Dilma, o ministro Jaques Wagner e Luiz Inácio Lula da Silva, em março deste ano, sobre a conjuntura crítica. No papo, Lula bate em Sérgio Moro e até leva Dilma às gargalhadas. Lula reitera que não tem mais que acreditar na luta jurídica. Foi neste papo que ele soltou uma frase que hoje lhe foi fatal:

"É um espetáculo de pirotecnia sem precedentes. Eles estão convencidos que com a imprensa chefiando qualquer processo investigatório, eles conseguem refundar a República. Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada. Um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado. Um parlamento totalmente acovardado, principalmente nos últimos tempos em que o PT e o PC do B acordaram e começaram a brigar. Nós temos um presidente da Câmara fudido. Um presidente do Senado fudido. Não sei quantos parlamentares ameaçados... E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre, que vai todo mundo se salvar. Realmente, eu tou assustado com a República de Curitiba, porque a partir de um juiz da primeira instância tudo pode acontecer neste País". 

  
O caminho

Do jurista Antônio José Ribas Paiva, presidente do Nacional Club:

"O Brasil precisa de decência. Temos que instituir mecanismos institucionais, que garantam a legalidade e a moralidade no trato da coisa pública. Para tanto, é imprescindível a INTERVENÇÃO CÍVICA CONSTITUCIONAL, porque a DEMOCRACIA, que é a SEGURANÇA DO DIREITO, é impossível com essa classe política, que usurpou o PODER DO ESTADO, para a prática de crimes".

Leiam o livro do Azamba


Estou fazendo minha parte contra o emburrecimento cultural e mental do brasileiro.

Mergulho na leitura do espetacular "A Hidra Vermelha", escrito por nosso kamarada Carlos Ilich Santos Azambuja.

Bela obra editada pela Graça Salgueiro e por Alex Pereira, do Observatório Latino, que preparam o lançamento de "O Foro de São Paulo - a história da maior e mais perigosa organização revolucionária das Américas.

O livro pode ser comprado através do site - www.observatoriolatino.com

O maior dos erros de Lula?


A Dilma deve ter ficado muito pt da vida com José Sarney, quando ele confidenciou ao Sérgio Machado:

"Ele (Lula) chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos".

Sarney também deu uma bela dica à Força Tarefa ao reclamar que Lula só teria escapado das acusações de envolvimento com o escândalo do Mensalão (2005) porque não investigaram a fundo a movimentação financeira do marqueteiro Duda Mendonça no exterior...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

29 de maio de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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