Não sei quem disse pela primeira vez que Deus escreve certo por linhas tortas.
Pessoalmente, acho que é ao contrário: Deus sempre escreve errado por linhas que às vezes são certas. De qualquer forma, os acontecimentos desta semana trágica são uma prova que dá razão às duas versões e deixam Deus numa situação parecida com a de Eduardo Cunha: não se pode mais confiar nos dois, nem em Deus, nem em Cunha. Muito menos em mim.
O afastamento de Dilma Rousseff é a prova de ambas as hipóteses. Sofreu um impeachment por uma causa que está sendo discutida e será por muito tempo: crime de responsabilidade. É um assunto que pode ser discutido até que a vaca tussa. As pedaladas fiscais também podem ser discutidas até um século antes do Nada.
No entanto, o seu afastamento não foi injusto, pelo contrário, foi uma medida útil e necessária para o bem do povo e do Brasil. Ela entrou em campo substituindo Lula, que é ao mesmo tempo o titular e o dono do PT que ficou desmoralizado.
Bem ou mal, em seus oito anos de governo, ele fez coisas boas, apesar da pretensão de fazer de seu partido o dono absoluto e eterno do poder. Por muitos motivos, quebrou a cara ao indicar um poste de saias para levar adiante o seu plano mirabolante.
Bem verdade que a nação não afastou dona Dilma por causa das pedaladas fiscais e muito menos por causa de um crime de responsabilidade. A causa única e bastante para o seu afastamento foi a sua incompetência e arrogância, que criaram milhões de desempregados sem criar um mercado de trabalho para absorvê-los. Pelo contrário: jogou o Brasil no fundo do poço com a desculpa de alguns planos sociais, que na verdade foram criados pelo seu antecessor.
Maria Antonieta tentou impedir a Revolução Francesa mandando dar brioches ao povo faminto. Não adiantou. Terminou na guilhotina.
17 de maio de 2016
Carlos Heitor Cony, Folha de SP
Pessoalmente, acho que é ao contrário: Deus sempre escreve errado por linhas que às vezes são certas. De qualquer forma, os acontecimentos desta semana trágica são uma prova que dá razão às duas versões e deixam Deus numa situação parecida com a de Eduardo Cunha: não se pode mais confiar nos dois, nem em Deus, nem em Cunha. Muito menos em mim.
O afastamento de Dilma Rousseff é a prova de ambas as hipóteses. Sofreu um impeachment por uma causa que está sendo discutida e será por muito tempo: crime de responsabilidade. É um assunto que pode ser discutido até que a vaca tussa. As pedaladas fiscais também podem ser discutidas até um século antes do Nada.
No entanto, o seu afastamento não foi injusto, pelo contrário, foi uma medida útil e necessária para o bem do povo e do Brasil. Ela entrou em campo substituindo Lula, que é ao mesmo tempo o titular e o dono do PT que ficou desmoralizado.
Bem ou mal, em seus oito anos de governo, ele fez coisas boas, apesar da pretensão de fazer de seu partido o dono absoluto e eterno do poder. Por muitos motivos, quebrou a cara ao indicar um poste de saias para levar adiante o seu plano mirabolante.
Bem verdade que a nação não afastou dona Dilma por causa das pedaladas fiscais e muito menos por causa de um crime de responsabilidade. A causa única e bastante para o seu afastamento foi a sua incompetência e arrogância, que criaram milhões de desempregados sem criar um mercado de trabalho para absorvê-los. Pelo contrário: jogou o Brasil no fundo do poço com a desculpa de alguns planos sociais, que na verdade foram criados pelo seu antecessor.
Maria Antonieta tentou impedir a Revolução Francesa mandando dar brioches ao povo faminto. Não adiantou. Terminou na guilhotina.
17 de maio de 2016
Carlos Heitor Cony, Folha de SP
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