"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

SEM FREGUESES, "BALCÃO DE NEGÓCIOS" DE LULA ENTRA EM CRISE



Charge do Newton Silva (newtonsilva.blogspot.com.br)


















A lei da oferta e procura mostra que não deu certo o “balcão de negócios” que o ex-presidente Lula montou o Hotel Royal Tulip, em Brasília, para negociar acordos com deputados, oferecendo cargos de grande importância e até mesmo ministérios. As ofertas eram tentadoras e Lula ia direto ao ponto, indagando as “reivindicações” de cada um deles, sem tocar no assunto impeachment, porque passou a se cercar dos maiores cuidados desde que uma conversa sua com a presidente Dilma foi grampeada pela Polícia Federal.
Mas o mercado está em baixa, a crise é implacável e poucos negócios foram fechados por Lula na reta de chegada da votação na Comissão Especial do Impeachment, que vai agitar esta segunda-feira.
SEM NOVIDADES
Não haverá maiores surpresas. Já se sabe que a Comissão vai aprovar o impeachment. A única dúvida é sobre a diferença de votos, que pode ter importância fundamental.
São 65 votantes. Os últimos levantamentos mostram que 34 deles já demonstraram posição firme a favor do afastamento da presidente Dilma. Somente 20 deputados se manifestaram publicamente a favor dela. Os outros 11, que continuam indecisos, foram procurados diretamente por Lula ou por parlamentares do PT, mas não aceitaram fazer negócio.
VOTAÇÃO DECISIVA
A votação de hoje é considerada decisiva, porque influirá no posicionamento do plenário da Câmara, ainda nesta semana. Se alguns dos indecisos da Comissão resolverem votar a favor do impeachment, abrindo uma diferença grande, o resultado reforçará o viés de alta que vem se registrando no plenário.
Os levantamentos do Comitê Pró-Impeachment, feitos nas bancadas de cada Estado, mostram que hoje já existem 348 deputados a favor do afastamento de Dilma Rousseff, com seis votos de frente.
Estes números são consentâneos com as pesquisas feitas pelo Estadão. Levando-se em contra apenas os 406deputados que já anunciaram publicamente seus votos, a amostragem do jornal sobre o plenário da Câmara é de 77% a favor e 23% contra.
TENDÊNCIA DA VOTAÇÃO
Em termos estatísticos, o que define situações como essa são os viés de alta e baixa, ou seja, os “algoritmos”, que indicam a tendência dos números, conforme se diz no moderno linguajar da informática.
Para aprovar o impeachment, é necessário que haja cerca de 67% de aprovação – exatos 342 votos. Para rejeitar, são necessários 34% – ou seja, 172 votos. Se Dilma tiver apenas 171, uma espécie de número cabalístico, e não houver faltantes, a vaca do governo irá mesmo para o brejo.
Segundo o Estadão, no plenário já existem 291 votos a favor, 115 contra e 107 indecisos.  E o viés é de alta para o impeachment.
VIÉS DE ALTA
Com o resultado de hoje na Comissão, que será favorável, pois a própria bancada do governo já admite a derrota, o plenário manterá o viés de alta favorável ao afastamento.
Para aprovar o parecer do relator no plenário, é preciso haver apenas mais 51 votos a favor. Para manter Dilma no governo, são necessários mais 57 votos contra. Portanto, se os 107 indecisos forem cortados ao meio, Dilma perderia por 344 a 169. Mas isso é apenas um sonho/pesadelo shakespeariano de uma noite de outono, porque o viés é de alta para o impeachment, a diferença será muito maior.
Em tradução simultânea de tudo isso: Dilma Vana Rousseff pode ir arrumando as malas, e sem levar nenhum “presente” que pertença à União, porque desta vez o Ministério Público Federal estará atento à mudança.
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PS – Ia esquecendo. Não me venham falar em deputados que pretendem faltar propositadamente à  votação, pois tal possibilidade não existe. Sabem que ficarão politicamente marcados até o fim de seus dias. Não se espantem se aparecer deputado para votar em cadeira de rodas, porque já aconteceu antes. Quem faltar é porque entrou em estado de coma. (C.N.)

11 de abril de 2016
Carlos Newton

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