"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

APESAR DO ASSÉDIO, PARTIDOS DO "CENTRÃO" PREFEREM AGUARDAR


Deputado Ricardo de Barros, do PP, se diz contra o impeachment de Dilma
“PP ficará com quem estiver no governo”, diz Ricardo Barros


















Três partidos do chamado “Centrão” – PP, PR e PSD – ainda não fecharam todas as portas para o vice-presidente Michel Temer (PMDB). Lideranças dessas siglas admitem que poderão despejar votos em favor do impeachment caso “fatos novos” ocorram nesta semana durante a reta final para o início da votação do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Um caso emblemático é o do PP. O presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), anunciou na quarta-feira que o partido decidiu ficar na base do governo, sinalizando que a grande parte dos 47 deputados poderá votar contra o impeachment. Contudo, a aliados próximos, Ciro revelou que “tudo pode mudar”, pois o ambiente é de ainda “muita instabilidade”.
É por esse motivo que aliados de Temer não cessaram suas conversas com o “Centrão”.
PLANALTOS
Nos últimos dias, o Palácio do Planalto deu como certa a adesão desses partidos ao governo. O ministro do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, chegou a afirmar que “o impeachment será enterrado”. No Congresso, no entanto, a avaliação geral é de que “o jogo ainda não acabou”.
Uma nova delação premiada ou a deflagração de mais uma etapa da Operação Lava Jato são fatos que vão interferir no ânimo dos deputados. “A Câmara, muitas vezes, age de forma mais emocional que racional”, avaliou o deputado Ricardo Barros (PP-PR), que está em quinto mandato e já anunciou voto contra o impeachment.
Barros é filiado ao PP há 19 anos e conhece bem as idiossincrasias do partido. “Em qualquer governo, o PP sempre vai querer ser governo”, disse.
PR NA INDECISÃO
O PR vive situação similar. O partido apoia o governo do PT desde 2003, quando ainda se chamava PL. De lá para cá, apesar de alguns desentendimentos, o partido permanece na base aliada. Em 2012, a bancada do PR no Senado anunciou rompimento com o governo após a demissão de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes.
Na bancada da Câmara, nunca houve esse risco. Apesar de ter sido condenado por envolvimento no mensalão, o deputado Valdemar Costa Neto (SP) é ainda a principal liderança da sigla e defende o voto contra o impeachment. Contudo, há divisões na bancada. O próprio líder Maurício Quintella (PR-AL) se diz “indeciso”.
PSD DIVIDIDO
O PSD, do ministro Gilberto Kassab (Cidades), está dividido entre salvar e afastar Dilma. Kassab foi prefeito de São Paulo eleito pelo oposicionista DEM. Em 2011, no entanto, ele resolveu criar o PSD para se aproximar do governo Dilma Rousseff.
Apesar de ocupar um cargo na Esplanada dos Ministérios, Kassab é muito afinado com o senador José Serra (PSDB-SP), um dos principais interlocutores de Temer em Brasília. Em São Paulo (seu Estado de origem), Kassab atua contra o PT.

11 de abril de 2016
Adriano Ceolin
Estadão

NOTA POLÍTICA AO PÉ DO TEXTO

Vamos esclarecer uma coisa: centrão não é indicativo de alguma posição ideológica ou programática, mas apenas significa que ficar no centro,  facilita escolher para que lado ir, segundo as melhores conveniências... Estar no "centrão" também não é neutralidade, apenas esperteza. Não estão nas galerias, estão nos camarotes.
m.americo

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