"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

A MALDIÇÃO DE SANTO ANDRÉ


Brasília - A operação posta em prática pela organização criminosa petista para assaltar os cofres públicos não teve nada de engenhosa. Mais cedo ou mais tarde, esses gatunos seriam apanhados pela fragilidade do esquema. A quadrilha, ao contrário dos gangsteres geniais que fizeram história na literatura do crime, agiu de forma primária mas soberba. Soberba porque achava que, pelo simples fato de manter o poder no país, iria dificultar as investigações e ficar impunes. Por isso subestimou a força tarefa de abnegados promotores que agora confrontam seus integrantes.

A organização baseou-se principalmente em duas empresas e seus fundos de pensão para dilapidar o patrimônio público. Distribuiu seus sindicalistas meliantes nas diretorias e na presidência da Petrobrás e do BNDES, órgãos que lidam com muito dinheiro, mas de decisões fechadas, só abertas aos conselheiros nomeados pelo próprio governo, que fecharam os olhos para o assalto nas empresas.

Com a prisão de João Santana e da sua mulher, a logística dos criminosos petistas, que estenderam seus tentáculos para outros países, vai ficando cada vez mais clara: a Petrobrás contratava as grandes empreiteiras, responsáveis pelo repasse do dinheiro roubado às campanhas petistas aqui no Brasil. O BNDES, por sua vez, emprestava fortunas aos ditadores da África e da América Central, que devolviam parte do dinheiro para os marqueteiros de suas campanhas, indicados pela cúpula do PT para administrá-las.

É de se supor que esses intermediários também botavam uma bolada no bolso. Não à toa, o ex-presidente Lula fez várias viagens a Angola, a bordo de jatinhos de empreiteiras, por exemplo, a pretexto de “ajudar os nossos irmãos carentes”, para dar o aval a essas operações. Naquele país, a Petrobrás atuava em parceria com o governo local, um carcomido e decrépito presidente no poder desde 1979. Conclui-se, portanto, que a petezada usou o dinheiro do contribuinte brasileiro para sustentar não só as campanhas da Dilma e do Lula mas também as desses déspotas tendo à frente o marqueteiro João Santana que, agora confrontado com os fatos, embanana-se.

A coisa aparentemente simples, só veio à tona porque o Ministério Público tomou a frente das investigações para o bem do Brasil. Se dependesse do nosso parlamento, classificado como uma casa de tolerância por um nobre deputado da Comissão de Ética, nada iria acontecer nessas CPIs fajutas que são instaladas lá dentro.

Veja um exemplo recente da patologia da casa dos nobres. Depois de cinco meses de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito do BNDES não indiciou os responsáveis pelos empréstimos fraudulentos autorizados pelo presidente do banco, Luciano Coutinho. A decisão frustrou o deputado Rubens Bueno (PPS), autor da criação da comissão: “Fico frustrado com o resultado da CPI. A Câmara não se faz respeitar. Era um momento importante, mas a CPI tem fim melancólico, apesar dos bilhões destinados às empresas que superfaturam obras e mandaram dinheiro de propina, via partidos e campanhas eleitorais. É o caso do João Santana, preso com propinas da Odebrecht”.

Infelizmente, é assim: o Congresso caminha de quatro, açoitado pelos petistas e suas lideranças. Faz questão de fechar os olhos para os graves problemas do país. E se permanecer nessa apatia, nessa indiferença, os cúmplices dos petistas lá dentro podem ter o mesmo destino da “Maldição de Santo André”, cujo assassinato do prefeito é atribuído a cúpula petista de São Paulo. Depois da morte de Celso Daniel, apenas a viúva Mirian Belchior ainda sobrevive em cargos de luxo, agora como presidente da Caixa Econômica, uma espécie de cala boca. Centenas de lobistas, empresários e políticos que se juntaram ao Lula já caíram na maldição, na desgraça, e hoje mofam na cadeia.



28 de fevereiro de 2016
Jorge Oliveira

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