"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

PT PRECISA MELHORAR IMAGEM DE DILMA PARA AS URNAS DE 2016





A CUT e as bases sindicais, braços de atuação do PT, sobretudo do PT de Lula, segundo a reportagem de João Vilaverde, O Estado de São Paulo de sábado, condicionaram a manutenção do apoio à presidente Dilma Rousseff à reformulação do projeto de ajuste fiscal que o governo encaminhou ao Congresso, e também à suspensão da anunciada iniciativa de uma reforma na Previdência Social. 

Está evidente, sem discutir o mérito das questões, o impulso político que movimenta tanto os sindicatos dos trabalhadores quanto os interesses da legenda partidária.

Os setores sindicais argumentam, o que de fato é verdade, serem eles importantes no desfecho da luta contra o processo de impeachment. Assim verifica-se uma colisão de objetivos, dentro de uma convergência eleitoral comum. 

A questão é delicada e complexa, como aliás assinalou o Estado de São Paulo em seu principal editorial da edição de ontem, domingo.

Complexa, porque significa um condicionante que leve o governo a abrir mão dos princípios da política econômica que adotou com Joaquim Levy e que disse pretender continuar com Nelson Barbosa à frente da Fazenda. 
Como recuar? – eis a questão. Como prosseguir, sem as bases dos sindicatos, eis um outro teorema. Teor e tema assim se confundem e a presidente da República tem que encontrar uma saída rapidamente, pois, afinal de contas, faltam nove meses para as eleições do início de outubro.

A reforma da Previdência, que claramente vai embutir maiores obstáculos que os de hoje para a aposentadoria, evidentemente provocará um desgaste muito grande ao próprio governo, à presidente em especial, e à sigla do PT de modo geral. 
Para se ter uma idéia, hoje são 32 milhões de aposentados e pensionistas do INSS e pela ordem natural das coisas anualmente se aposentam cerca de 3 milhões de pessoas, por diversas causas diferentes, a principal delas a combinação entre a idade de homens e mulheres com o tempo de contribuição de ambos. 
Mas há os acidentes de trabalho e as doenças que impossibilitam a sua execução por milhares de segurados.

Qualquer corte assim no plano dos direitos existentes será um retrocesso social, acarretando consequências nas urnas municipais deste ano. 
É preciso não esquecer que as bases comunitárias dos quase 6 mil municípios brasileiros, a começar pelos dois maiores colégios eleitorais, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, constituem fortes alicerces para a disputa da sucessão presidencial de 2018. 
É verdade que dois anos no panorama político de qualquer país podem ser traduzidos como uma eternidade, pois as surpresas se sucedem e os imprevistos acontecem sempre. Mas como não se pode prever o futuro temos que analisar no presente o desenrolar dos fatos. As pesquisas estão confirmando a impopularidade, tanto da presidente da República, quanto do Partido dos Trabalhadores.

DESENCANTO

Ocorre, entretanto, que ao constatar esse fenômeno, o Datafolha e o Ibope não apontaram em seus levantamentos recentes o crescimento, em conseqüência, de qualquer outra legenda. Pelo contrário. 
A perplexidade com o quadro nacional preencheu o vazio deixado pelas opiniões de todas as classes sociais que convergiram para uma sensação de desencanto. Sensação lógica, aliás, porque até o momento nenhum partido propôs medida concreta alguma capaz de melhorar o nível de vida dos trabalhadores e funcionários públicos. 
Assim, projetar uma nova realidade que dê esperança ao país não é um anseio somente dos vinculados ao PT, porém sim de toda a sociedade brasileira que reúne e traduz uma necessidade de esperança na alvorada do ano que começa.

No momento em que o processo de impeachment revela, por atos e fatos, ter perdido a força, a população brasileira precisa encontrar do governo e também da oposição uma palavra bastante simples e que, segundo Juscelino Kubitschek, é a base da política e também sua essência: “Política é a esperança”, dizia ele.



06 de janeiro de 2016
Pedro do Coutto

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