"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

CLEPTOCRÁTICO SUBMERGENTE




O Brasil se transformou, pelas mãos do seu governo, em um País cleptocrático submergente. 
O FMI acaba de revelar que o País apresentará um produto interno bruto de 3,5% ano e contamirá o crescimento dos demais continentes, sendo pois, o pior estado nação dentre os Brics. 
Daí porque não pode mais ser considerado emergente mas simplesmente subemergente, cuja prognóstico aponta apenas a partir de 2018 um leve e imperceptível crescimento.

Os donos do poder queriam fazer uma fortuna de bilhões para se perpetuarem por mais vinte anos na forma como comodamente se encontram, porém não tinham a mínima noção que a competência é fundamental. 
Não basta surrupiar o País, levar ao caos a maior estatal do Brasil, ou afundar de vez a bolsa de valores e reduzir a pó o mercado de capitais. Nada disso se leva em conta, já que a putrefação econômica gerará um caos, prevendo-se que o desemprego poderá alcançar dez milhões de brasileiros em poucos meses.

Não se trata de uma falta de otimismo, mas sim do desconhecimento vital de dados e capacidade elementares para o exercício de um governo. Não se pode brincar em governar ou fazer discursos mentirosos. 
A realidade é completamente destoante e dissociada dos discursos e ainda se apegam com tenacidade ao poder, pois que jamais tiveram vocação para o trabalho sério e competente.

Eis o retrato que se pinça no começo do ano de 2016 e extraído dos números fornecidos pelo Banco Mundial e FMI, na reunião iniciada em Davos, na Suiça. 
Todo o crescimento anterior e a estabilidade da moeda foram destruídos pela insanidade de poucos e a cumplicidade de muitos. 
Mas é preciso destacar que, definitivamente, o Brasil caiu na real. Não no real do plano econômico de mais de duas décadas passadas, com tantos outros frustrados e que comprometeram milhares de brasileiros.

Agora o momento pede passagem para uma imprensa livre e comprometida com a realidade. Advogam que o impedimento cessou a força e que vamos ter mais três anos de desgoverno chegando às raias do absurdo, tentando enganar incautos e incultos, já que a maioria agora acordou e viu que as migalhas distribuídas acabaram e o pão e circo viraram fúria de todos os que defenestram a forma de se governar arrogante, sem dialogo e pouco democrática.

As principais obras de infraestrutura estão paradas, o transporte público caro e ineficiente, as ferrovias nunca saíram do papel, e o prometido trem bala somente foi um soluço de avanço num Brasil de atrasos. 
Essa roubalheira generalizada acabou pondo de joelho as duas maiores estatais do setor de petróleo e energia elétrica. 
Daí os malabarismos para se tentar apagar incêndios e novamente se recriar a dantesca CPMF. O mais incrível
e que custa a acreditar se refere à crise generalizada poucos setores conseguirão sobreviver,e as despedidas continuam em ritmo acelerado.

Enquanto isso os nossos parlamentares curtem férias e o recesso não combina com a recessão, ou possível depressão que assusta, já que serão anos seguidos de crescimento negativo. 
Enquanto a China se aproxima de 7% ano, os americanos batem à casa de 2,5 anualmente, e aqueles famigerados oradores da marolinha sumiram e sequer conseguem explicar
a origem de riquezas noticiadas pela imprensa e que paulatinamente serão desnudadas.

As ruínas do modelo e o fracasso do sistema se devem à cleptocracia instaurada e perpetuada numa nefasta aliança entre o parasitismo do governo e ganância de empresários, submetendo a sociedade a todo tido e sorte desventuras. 
A incompetência somada ao dolo consciente também são motivos mais do que justificados para fazer cessar o atual estado de coisas e mudar o arranjo já que nos preparamos para um choque inevitável contra um paredão, como bem preconizado por festejado economista.

A derrocada geral se hospeda na total falta de lisura, decência, moralidade e ética nos negócios, de nada adianta aprovarmos leis modernas se no dia seguinte baixamos decretos e resoluções,seguidos de medidas provisórias para rasgarmos o regime da legalidade. Estancada a sangria de bilhões, cujos contratos da copa do mundo e dos jogos olímpicos deverão ser examinados, em detalhes, um a um, chegamos ao atoleiro. 
E num desanimo total, o brasileiro que sempre foi otimista agora se tornou pessimista, achou que a derrota na copa de 2014, jamais vista, seria a gota d'água da mudança, mais viriam caminhões e toneladas de sujeiras que se lançavam debaixo do tapete.

Não é sem razão que detestavam tinham arrepios quando falavam de parcerias ou privatizações. Eis que se apresentavam como donos do dinheiro do contribuinte e fizeram em 13 anos. 
Combina com o número da sigla partidária, tantas e descomunais patifarias que a Nação está paralisada e angustiada sem saber o seu próprio amanhã. E se pudéssemos importar dirigentes e bons políticos do exterior as chances de sobrevivência seriam bem maiores e da corrupção reduzidas.

Sem duvida alguma, nos colocaram numa tremenda enrascada que durará mais alguns anos,e o sofrimento da população recrudescerá. Estatais de petróleo sem petróleo, de energia, sem energia, de água, sem água, e a má administração envolve todas as esferas da administração pública.

Eis que se valem da administração descentralizada para centralizarem seus desvios de conduta e comportamento. Não há alternativas ou matamos o tumor pela expressão da lava jato ou ele vai se espalhar por todo o corpo social e extinguirá o orgulho do povo brasileiro.

25 de janeiro de 2016
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.

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