"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de dezembro de 2015

LAVA JATO DESCOBRE US190 MILHÕES EM CONTAS DE DOLEIRO

OPERAÇÃO LAVA JATO DESCOBRE FORTUNA DE DOLEIRO NAS ILHAS CAYMAN

NELSON MARTINS RIBEIRO FOI PRESO NA OPERAÇÃO CORROSÃO, 20ª FASE DAS APURAÇÕES, DEFLAGRADA NO DIA 16 DE NOVEMBRO (RODRIGO FÉLIX LEAL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

A força-tarefa da Operação Lava Jato descobriu uma movimentação de US$ 190 milhões de dólares e 4,4 milhões de euros em contas do doleiro Nelson Martins Ribeiro, preso na Operação Corrosão, 20ª fase das apurações, deflagrada no dia 16 de novembro. Segundo a Polícia Federal, Nelson Ribeiro ‘dedica-se profissionalmente à corrupção e à lavagem de dinheiro’.

A Lava Jato citou pela primeira vez a multinacional holandesa Vitol, fornecedora de combustíveis para petroleiros.

Inicialmente, a Lava Jato identificou que o doleiro da Corrosão – colocado em liberdade dez dias depois – usou três contas secretas em nome de off-shores mantidas nas Ilhas Cayman (Crown International Ltd., Enterprise Tech Industries Inc e Apple Capital Corp) para depositar US$ 5,66 milhões nas contas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa – primeiro delator da Lava Jato.

“Examinando mais acuradamente, a documentação relativa às contas, contatou que a movimentação total das contas de Nelson seria muito superior ao montante depositado de Paulo Roberto Costa, atingindo, entre 2009 e 2012, USD 190.204.821,98 e 4.459.259,66 euros”, registra no processo o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba.

Com a cooperação jurídica internacional das Ilhas Cayman, a Procuradoria descobriu que parte dos recursos depositados nas contas de Nelson Ribeiro veio das contas das off-shores Klienfeld Services, Innovation Researd, Trident Trading e Constructora del Sur. Essas contas foram utilizadas, segundo a Lava Jato, para fazer depósitos nas contas secretas não só do ex-diretor de Abastecimento, mas como também para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque – preso desde março, em Curitiba – e seu ex-braço direito Pedro Barusco, delator dos processos.

O documento da Procuradoria da República cita também o doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado pelos investigadores como operador de propinas da Odebrecht. “Nelson Martins Ribeiro, por intermédio de sua casa de câmbio N e A Viagens Turismo e Câmbio LTDA., é um operador financeiro que, juntamente com Bernardo Freiburghaus, desenvolveu diversos atos de lavagem transnacional de ativos em favor do Grupo Odebrecht por intermédio da realização de transações financeiras ilícitas no exterior a partir de contas sediadas nas Ilhas Cayman em nome das offshores Crown International LTD, Enterprise Tech Industries Inc. e Apple Capital Corp”, sustenta a Procuradoria da República.

Holandesa. A Lava Jato descobriu também recursos de uma multinacional holandesa, fornecedora da Petrobrás, como origem dos pagamentos nas contas secretas do doleiro. “Também identificou transferências a depósitos nas contas de Nelson Ribeiro provenientes de contas em nome de Cockett Marine Oil Ltd Brazil, Jet Star Aviação Ltda e Sutech Engenharia, também em valores milionários”, registra Moro.

O juiz afirma que autoridade policial identificou que uma dessas off-shores, a Cockett Marine, seria “subsidiária do Grupo Vitol da Holanda e que forneceriam combustíveis para a frota de petroleiros da Petrobrás”.

“No contexto, decorre fundada suspeita de que o investigado pode estar envolvido em crimes que transcendem os próprios pagamentos identificados a Paulo Roberto Costa”, diz Moro. Apesar de ponderar que “não é o caso de exarar nesse momento qualquer conclusão”, o juiz da Lava Jato destacou a necessidade de intimação das empresas depositantes para prestar esclarecimentos. Em especial empresas “fornecedoras da Petrobrás até o momento não cogitadas”. (AE)




13 de dezembro de 2015
diário do poder

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