"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

SÓ QUANDO O BRADESCO DEIXAR...

LEVY SÓ SAI DA FAZENDA, QUANDO TIVER AUTORIZAÇÃO DO BRADESCO

É desconfortável, triste e humilhante a situação do ministro Joaquim Levy, que já deveria ter pedido o chapéu há muito tempo. 
Está no governo desde novembro de 2014, pois começou a trabalhar antes mesmo da posse do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Um ano depois, ainda não conseguiu dizer a que veio. 
A princípio, o mercado julgava que ele seria um superministro da Fazenda, capaz de convencer a presidente a reequilibrar as contas do governo, manter o superávit primário e recolocar a economia no rumo do desenvolvimento. Mas não aconteceu nada.
O ajuste fiscal ainda é uma peça de ficção, as despesas de custeio do governo não param de aumentar, nada foi feito para reduzir a elefantíase da máquina administrativa, as dívidas interna e externa aumentam perigosamente, a inflação não cede, os investimentos despencam e a desindustrialização prossegue, como se fosse inexorável.
E o que Joaquim Levy tem a ver com isso? 
Na verdade, é o principal culpado, porque permitiu que a presidente Dilma Rousseff continuasse comandando a economia com suas teorias escalafobéticas, que estão levando o país à ruína.
Quando foi anunciada a nomeação do falso superministro, comentamos aqui na Tribuna da Internet que Levy não é nenhuma sumidade em economia. 
Quando foi Secretário do Tesouro, sofria supervisão direta de Henrique Meirelles, só fazia o que ele mandava, até ser demitido. 
O então governador fluminense Sérgio Cabral o colocou na Secretária de Fazenda, ele ficou alguns anos e até participou das festanças da corrupta “Turma do Guardanapo” em Paris. Depois, sumiu.
Quando terminou o prazo de validade de Guido Mantega, um dos criadores da teoria econômica das pedalada, Lula convidou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para assumir a Fazenda. 
Ele recusou, mas espertamente ocupou logo o espaço, indicando Joaquim Levy, que estava encostado no terceiro escalão do banco, gerindo um fundo de investimentos de segunda linha.
É claro que não podia dar certo. Levy não tem a competência nem a independência que são necessárias a quem pretenda recuperar a economia brasileira. 
De temperamento fraco, acovardou-se diante da arrogância de Dilma Rousseff e agora é obrigado a ler comentários na imprensa dizendo que ele se encaixou no perfil ideal de ministro de Dilma, por ser um nome apoiado pelo mercado, mas que não exige que sejam acatadas suas posições, permitindo que a presidente continue a adotar uma linha “mais flexível” na área fiscal. Traduzindo, Levy se tornou um zero à esquerda.
Levy já deveria ter demonstrado amor próprio e pedido demissão. Mas não pode fazê-lo, porque ainda lhe falta autorização de seu presidente de fato, o banqueiro Luiz Carlos Trabuco. 
Na verdade, nesta passagem pelo Ministério da Fazenda, Levy nunca trabalhou para o país, jamais defendeu o interesse nacional. 
Ele sempre esteve a serviço do Bradesco e das instituições financeiras, que continuam intocáveis num governo que diz representar os trabalhadores.
Trabuco, é claro, continua relutando em autorizar que Levy saia do governo. 
O ainda ministro não tem muita serventia para o Bradesco, internamente. O fundo de investimentos que ele geria pode ser administrado por qualquer outro economista sênior do banco. 
Mas para o mercado financeiro, é melhor que Levy seja mantido no Ministério, antes que um aventureiro lance mão, como dizia sabiamente Dom João VI, que entendia de política e de economia, a ponto de ter colocado o Brasil no mapa.

16 de novembro de 2015
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário