Só como piada pode-se admitir a versão de que parlamentares andam tentando um acordo de mútua preservação entre a presidente Dilma e o deputado Eduardo Cunha. O presidente da Câmara impediria a abertura de processo de impeachment contra Madame, que por sua vez mobilizaria o Procurador Geral da República e as bancadas governistas para manter o mandato e a função do deputado. Entendimento tão execrável nem nos tempos de Al Capone poderia ser celebrado. Revelaria olímpico rebaixamento moral das duas partes, capaz de justificar a extinção da República e a dissolução das instituições.
Lembra, essa hipotética aliança, a piada do cidadão que prendeu dois grilos numa caixa de fósforos e apostou que no dia seguinte ela estaria vazia, “pois um comeria o outro e o outro devoraria o um”…
O pior nessa novela de horror é que andam buscando viabilizar o enredo. Quem? Deputados do PT, do PMDB e do PP, interessados em não perder sinecuras conquistadas tanto no governo quanto na Câmara. Ignora-se como Dilma e Cunha reagiram à proposta, mas, se nada acontecer com eles, ficará a impressão de algo de podre estar vicejando no reino de Brasília. Ambos poderão escapar da degola, se tiverem bons advogados e sólido apoio parlamentar. Do que se fala é da possibilidade de serem instaurados de brincadeirinha ou de nem serem instaurados processos de impeachment e de cassação. De ficar tudo como está.
Ao rejeitar as contas do governo Dilma referentes a 2014, o Tribunal de Contas da União abriu para o Congresso a obrigação de pronunciar-se, confirmando ou rejeitando o parecer. Não dá para fugir da responsabilidade. Da mesma forma, a Câmara não poderá deixar de levar ao Conselho de Ética a documentação recebida da Procuradoria Geral da Suíça, comprovando a existência de contas secretas de Cunha em bancos daquele país.
As delações premiadas trouxeram profundo avanço jurídico no combate ao crime. O problema está no sigilo que nem sempre protege os delatados. Os delatores podem mentir, ainda que corram o risco de, flagrados na mentira, perderem os benefícios da delação. A situação se complica para os injustiçados, aqueles que forem falsamente acusados, quando a denúncia ganha as ruas. Eis um problema para os meretíssimos e os doutos resolverem.
13 de outubro de 2015
Carlos Chagas
Lembra, essa hipotética aliança, a piada do cidadão que prendeu dois grilos numa caixa de fósforos e apostou que no dia seguinte ela estaria vazia, “pois um comeria o outro e o outro devoraria o um”…
O pior nessa novela de horror é que andam buscando viabilizar o enredo. Quem? Deputados do PT, do PMDB e do PP, interessados em não perder sinecuras conquistadas tanto no governo quanto na Câmara. Ignora-se como Dilma e Cunha reagiram à proposta, mas, se nada acontecer com eles, ficará a impressão de algo de podre estar vicejando no reino de Brasília. Ambos poderão escapar da degola, se tiverem bons advogados e sólido apoio parlamentar. Do que se fala é da possibilidade de serem instaurados de brincadeirinha ou de nem serem instaurados processos de impeachment e de cassação. De ficar tudo como está.
Ao rejeitar as contas do governo Dilma referentes a 2014, o Tribunal de Contas da União abriu para o Congresso a obrigação de pronunciar-se, confirmando ou rejeitando o parecer. Não dá para fugir da responsabilidade. Da mesma forma, a Câmara não poderá deixar de levar ao Conselho de Ética a documentação recebida da Procuradoria Geral da Suíça, comprovando a existência de contas secretas de Cunha em bancos daquele país.
As delações premiadas trouxeram profundo avanço jurídico no combate ao crime. O problema está no sigilo que nem sempre protege os delatados. Os delatores podem mentir, ainda que corram o risco de, flagrados na mentira, perderem os benefícios da delação. A situação se complica para os injustiçados, aqueles que forem falsamente acusados, quando a denúncia ganha as ruas. Eis um problema para os meretíssimos e os doutos resolverem.
13 de outubro de 2015
Carlos Chagas
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