"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

FAMÍLIA QUE REZA UNIDA, PERMANECE UNIDA...

COMPRA DE MP NA GESTÃO LULA FOI INCLUIU 'REPASSES' AO FILHO DELE
ESQUEMA DE COMPRA DE MP PARA BENEFICIAR MONTADORAS, NO GOVERNO LULA, FOI REVELADO NA COLUNA CLAUDIO HUMBERTO HÁ DOIS ANOS


UM POUCO ANTES DE RECEBER OS 'REPASSES', LUÍS CLÁUDIO LULA DA SILVA, FILHO DE LULA, ERA AUXILIAR DE PREPARAÇÃO FÍSICA DO CORINTHIANS.


Documentos indicam que uma medida provisória editada em 2009 pelo governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido "comprada" por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.

Empresas do setor negociaram pagamentos de até R$ 36 milhões a lobistas para conseguir do Executivo um "ato normativo" que prorrogasse incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano. 

Mensagens trocadas entre os envolvidos mencionam a oferta de propina a agentes públicos para viabilizar o texto, em vigor até o fim deste ano. 
O escândalo, publicado na edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, foi revelado com exclusividade na coluna Claudio Humberto, do Diário do Poder, há dois anos.

Para ser publicada, a MP passou pelo crivo da presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil. Anotações de um dos envolvidos no esquema descrevem também uma reunião com o então ministro Gilberto Carvalho para tratar da norma, quatro dias antes de o texto ser editado.

Um dos escritórios que atuaram para viabilizar a medida fez repasses de R$ 2,4 milhões a um filho do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, em 2011, ano em que a MP entrou em vigor. Apontado como "empresário", um ano antes desses repasses Luís Cláudio da Silva era auxiliar de preparação física do Corínthians.

O roteiro para influenciar as políticas de desoneração do governo e emplacar a MP é descrito em contratos de lobby pactuados antes da edição da norma. Conforme os documentos, a MMC Automotores, subsidiária da Mitsubishi no Brasil, e o Grupo Caoa (fabricante de veículos Hyundai e revendedora das marcas Ford, Hyundai e Subaru) pagariam honorários a um "consórcio" formado pelos escritórios SGR Consultoria Empresarial, do advogado José Ricardo da Silva, e Marcondes & Mautoni Empreendimentos, do empresário Mauro Marcondes Machado, para obter a extensão das benesses fiscais por ao menos cinco anos. Os incentivos expirariam em 31 de dezembro de 2010, caso não fossem prorrogados.

IPI


Os contratos obtidos pela reportagem datam de 11 e 19 de novembro de 2009. No dia 20 daquele mês, o ex-presidente Lula assinou a MP 471, esticando de 2011 até 2015 a política de descontos no IPI de carros produzidos nas três regiões (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). 

À época, a Ford tinha uma fábrica na Bahia e Caoa e Mitsubishi fábricas em Goiás. A norma corresponde ao que era pleiteado nos documentos. 
Em março do ano seguinte, o Congresso aprovou o texto, convertendo-o na Lei 12.218/2010. Suspeitas de corrupção para viabilizar a medida provisória surgiram em e-mails trocados por envolvidos no caso.

Uma das mensagens, de 15 de outubro de 2010, diz que houve "acordo para aprovação da MP 471" e que Mauro Marcondes pactuou a entrega de R$ 4 milhões a "pessoas do governo, PT", mas faltou com o compromisso. 

Além disso, o texto sugere a participação de "deputados e senadores" nas negociações. Não há, no entanto, menção a nomes dos agentes públicos supostamente envolvidos.

Acordo

O e-mail diz que a negociação costurada por representantes das empresas de lobby viabilizou a MP 471. O remetente - que se identifica como "Raimundo Lima", mas cujo verdadeiro nome é mantido sob sigilo - pede que o sócio-fundador da MMC no Brasil, Eduardo Sousa Ramos, interceda junto à Caoa para que ela retome pagamentos.

Diferentemente da representante da Mitsubishi no Brasil, a Caoa teria participado do acerto, mas recuado na hora de fazer pagamentos. Um dos lobistas não teria repassado dinheiro a outros envolvidos."Este (Mauro Marcondes Machado) vem desviando recursos, os quais não vêm chegando às pessoas devidas (...) Comunico ao senhor do acordo fechado para a aprovação da MP 471, valor este do seu conhecimento. (...) o sr. Mauro Marcondes alega ter entregado a pessoas do atual governo, PT, a quantia de R$ 4 milhões, o qual (sic) não é verdade", alega.

A mensagem, intitulada "Eduardo Sousa Ramos (confidencial)" foi enviada às 16h54 por "Raimundo" à secretária do executivo da MMC Lilian Pina, que a repassou a Marcondes meia hora depois. 

O remetente escreve que, se o dinheiro não fluísse, poderia expor um dossiê e gravações com detalhes das tratativas. 
"A forma de denúncia a ser utilizada serão as gravações pelas vezes em que estive com Mauro Marcondes, Carlos Alberto e Anuar", avisa, referindo-se a empresários da Caoa. 
"Dou até o dia 21 para que me seja repassada a quantia de US$ 1,5 milhão", ameaça.

Os dois escritórios de consultoria confirmam ter atuado para emplacar a MP 471, mas negam que o trabalho envolvesse lobby ou pagamento de propina.

Ambos são investigados por atuar para as montadoras no esquema de corrupção no Carf. A MMC e a Caoa informam ter contratado a Marcondes & Mautoni, mas negam que o objetivo fosse a "compra" da Medida Provisória. Dono da SGR, José Ricardo era parceiro de negócios do lobista Alexandre Paes dos Santos, ligado à advogada Erenice Guerra, secretária executiva de Dilma na Casa Civil quando a MP foi discutida. Marcondes é vice-presidente da Anfavea, na qual representa a MMC e a Caoa.



01 de outubro de 2015
diário do poder

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