"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

SUIÇA VÊ RASTRO DE US$ 11 MILHÕES DA ODEBRECHT A EX-DIRETORES


RASTREAMENTO APONTA REPASSES EM FRANCOS E EUROS EM CONTAS OFFSHORES

PEDRO BARUSCO, PAULO ROBERTO COSTA E JORGE ZELADA FORAM BENEFICIADOS COM A PROPINA DA MAIOR EMPREITEIRA DO PAÍS (FOTO: ESTADÃO CONTEÚDO)


Documentos enviados pela Suíça ao Ministério Público Federal brasileiro apontam pagamentos de US$ 10.924.390,04 do Grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava Jato, aos ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços), Pedro Barusco (Gerência de Engenharia), Jorge Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional).

Segundo as autoridades suíças, os valores passaram por contas mantidas naquele país europeu de titularidade de Smith & Nash Engineering CO. INC., Arçadex CORP., Havinsur S/A, Golac Project And Construction CORP., Rodira Holdings LTD. e Sherkson, todas supostamente vinculadas à maior empreiteira do País.

“Também é possível vislumbrar que parte dos pagamentos transita por contas intermediárias mantidas em outros países, como as contas de titularidade de Del Sur (Panamá), Klienfeld (Antígua e Barbuda), Innovation (Antígua e Barbuda) e AR.Cadex (Áustria)”, afirma a Procuradoria da República em documento enviado ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.

O documento do MPF mostra que cada uma das contas recebia recursos direta ou indiretamente da Odebrecht. Delas, havia saída de recursos para contas ligadas aos ex-funcionários da estatal petrolífera. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, está em prisão domiciliar. O ex-diretor de Serviços, área estratégica na estatal petrolífera, Renato Duque e os ex-diretores da área Internacional da companhia Nestor Cerveró e Jorge Zelada estão presos em Curitiba, base das investigações da Lava Jato.

“A partir da documentação recebida por meio de cooperação internacional, das contas Smith & Nash, Arcadex, Havinsur, Golac e Sherkson, todas vinculadas à Construtora Norberto Odebrecht, foi possível identificar relacionamentos com várias offshores, inclusive relacionamento financeiro diretamente com pessoas investigadas na Operação Lava Jato, como Paulo Roberto Costa e Renato de Souza Duque”, afirma o MPF.

Pela Smith & Nash, apurou-se as entradas e de saídas de recursos da conta, entre 2006 e 2011. Em dólar, houve entrada de US$ 45.404.373,84 e saída de US$ 15.234.200,00. Houve saída também de recursos em Francos Suíços no total de CHF 1.925.100,00 para Sagar Holding S.A.

“Em relação às saídas de recursos da conta Smith & Nash identificadas na documentação, ressalta-se como beneficiários as contas das offshores Constructora Internacional Del Sur SA, Klienfeld Services INC e Sagar Holding S.A. (de Paulo Roberto Costa)”, aponta o MPF.

Na conta Havinsur S.A., segundo a Procuradoria, há demonstrativo de operação de débito, realizada em 25/3/2010 no valor de US$ 565 mil para a Milzart Overseas Holdings INC, de Renato Duque.

Foram levantados também os valores de entradas e de saídas de recursos, em 2009, da conta Arcadex Corp. Chegou-se ao montante de US$ 25.251.444,42 (entrada) e USD 2.053.672,68 (saída). Ocorreu, ainda, saída de recursos em Euro no total de EUR 63.684,09 para Tudor Advisory INC, ligada a Jorge Zelada.

A Procuradoria também identificou ‘outros relacionamentos entre os beneficiários das contas em questão e operações bancárias identificadas na análise das contas no exterior de outros, investigados na operação Lava Jato, como aquelas contas localizadas nos outros países além da Suíça’. A Constructora Internacional Del Sur, apontada pelos investigadores como pagadora de propina ao esquema de corrupção, recebeu US$ 8.368.700,00 da Smith & Nash, entre 2007 e 2010, e US$ 38.867.071,00, da Golac Projects, entre 2008 e 2010, ambas vinculadas à Construtora Norberto Odebrecht.

“A Constructora Internacional Del Sur repassou US$ 3.014.127,00, em 2009, para as offshores vinculadas aos ex-diretores e gerente da Petrobrás, Milzart Overseas (Renato Duque), Quinus Services (Paulo Roberto Costa) e Pexo Corporation (Pedro Barusco)”, afirma a Procuradoria.

De acordo com o documento, a offshore Klienfeld Services recebeu US$ 3.403.000,00 dá Smith & Nash, entre 2008 e 2010, US$ 82.696.500,00 , da Sjerkson Internacional, entre 2012 e 2014, e USD 31.200.000,00 da Golac Projects, entre 2008 e 2009. Todas vinculadas à Odebrecht.

“A Klienfeld Services também é identificada como repassadora de US$ 2.618.171,87, entre 2007 e 2010, para as offshores vinculadas aos ex-diretores e gerente da Petrobrás, Milzart Overseas (Renato Duque), Quinus Services (Paulo Roberto Costa) e Pexo Corporation (Pedro Barusco)”, aponta o documento.

A offshore Arcadex Corp, da Suíça, repassou US$ 2.053.672,68 para conta homônima para uma conta na Áustria. ‘Coincidentemente’, afirma o MPF, uma conta Arcadex Corporation, existente na Áustria, remeteu USD 434.980,00 para a conta Milzart Overseas de Renato Duque.

A offshore Innovation Research Engineering And Development recebeu USD 3.398.100,00, em Antígua e Barbuda, da Golac Projects, vinculada à Odebrecht, em 2010. “Essa mesma offshore Innovation, repassou US$ 286.311,17 para a Pexo Corporation (de Pedro Barusco), em 2009, e US$ 4.005.800,00 para a Sygnus Assets (de Paulo Roberto Costa), em 2011.” (AE)

24 de julho de 2015
diário do poder

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