"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

POR QUE CATTA PRETA RENUNCIOU À DEFESA DE TRÊS DELATORES?



A advogada Beatriz Catta Preta define a delação premiada como um meio de defesa
A advogada Beatriz Catta Preta, em seu escritório
A criminalista Beatriz Catta Preta renunciou à defesa do lobista Julio Camargo, delator do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ela também renunciou à defesa de outros dois delatores da Operação Lava Jato: Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobrás, e o lobista Augusto Ribeiro de Mendonça. A renúncia foi comunicada pela advogada à Justiça Federal no Paraná por meio de petições protocoladas nos processos em que os três delatores são réus.
Na semana passada, Julio Camargo, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, revelou ter sofrido pressão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para pagar propina de US$ 5 milhões. O valor seria referente a dois contratos de R$ 4 bilhões da estatal para a contratação de navios-sonda.
No último dia 20, segunda-feira, Beatriz Catta Preta enviou e-mail para os delatores, informando sobre sua decisão. “Prezado Sr. Pedro Jose Barusco Filho, Boa tarde. Vimos pela presente notificá-lo da renúncia a todos os poderes a nos outorgados por Vossa Senhoria. Comunicamos que Vossa Senhoria devera constituir novo procurador no prazo de 10 dias a contar desta data. No mais, até o termo final do prazo acima, seremos responsáveis por Vossa defesa em ações e procedimentos em andamento, exceto perante CPI, CADE, CGU, Receita Federal, dentre outros. Atenciosamente, Beatriz Catta Preta”, escreveu para o ex-gerente de Engenharia da Petrobrás.
FASE MAIS EXPLOSIVA
Beatriz Catta Preta foi o artífice da fase mais explosiva da Lava Jato. Sob sua orientação, o primeiro delator, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, revelou o amplo esquema de corrupção que tomou conta de diretorias da estatal. Ele apontou ainda nomes de deputados, senadores e governadores que teriam recebido porcentual de propinas pagas por empreiteiras.
Depois da delação de Costa, a criminalista renunciou à causa, assumida pelo advogado João Mestieri. Na ocasião, Beatriz Catta Preta alegou que sua missão já havia sido cumprida e que ela não acompanharia as ações penais. Nos últimos anos, a advogada notabilizou-se na defesa de colaboradores da Justiça. Sua atuação provocou críticas de renomados criminalistas que se opõem à delação. No entanto, no decorrer da Lava Jato, alguns destes advogados recorreram à colaboração para livrar clientes da prisão.
No início de julho, Catta Preta foi convocada a depor na CPI da Petrobrás. Os parlamentares queriam indagar da advogada detalhes sobre a origem de seus honorários. O pedido de convocação da advogada foi feito pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Esta notícia está meio esquisita. Por que renunciou a todos os delatores, antes de serem tomados todos os depoimentos? O fato é a delação de delação premiada deles ainda não acabou e a advogado está saindo dos casos. Será que algum deles faltou com a verdade e ela não quer se envolver nisso? Muito estranho, vamos voltar ao assunto. (C.N.)

24 de julho de 2015
Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Julia Affonso

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