"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

ALBA - ALTERNATIVA BOLIVARIANA PARA AS AMÉRICAS




Em 26 de março de 2008, ao desembarcar em Recife, onde se encontrou com o presidente Lula, Hugo Chávez defendeu a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul para a defesa da região, dizendo ser esse “o plano de Bolívar”. 

A idéia original de formação da Alternativa Bolivariana para as Américas foi apresentada por Hugo Chávez em dezembro de 2001, durante a II Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da Associação de Estados do Caribe, mas a instituição somente iria surgir formalmente em dezembro de 2004, quando, em Havana, Fidel Castro e Hugo Chávez firmaram os protocolos de sua fundação.

Com a chegada de Evo Morales à presidência da Bolívia, esse país passou a fazer parte da entidade e, logo a seguir, Dominica, em janeiro de 2008 e Nicarágua, esta após o triunfo de Daniel Ortega nas eleições para a presidência.

O Equador, em 13 de junho de 2008, rejeitou a entrada na ALBA, segundo Nota do Ministério das Relações Exteriores, mas assinalou que “
acompanha com atenção a iniciativa”.

Reunidos em Havana dias 27 e 28 de abril de 2005, Fidel Castro e Hugo Chávez firmaram um plano para o início de implementação da Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), uma espécie de solidariedade econômica e financeira entre os dois países. Um Bloco de Poder Regional, conforme o denominou Hugo Chávez e seus
 aspones, dentre os quais o cientista político alemão Heinz Dieterich. 

A ALBA pretende ser uma alternativa à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), que persegue a liberação absoluta de bens, serviços e investimentos. A ALBA, por sua vez, estaria empenhada em lutar contra a pobreza e a exclusão social, segundo seus fundadores.

Foram 49 os acordos assinados entre Cuba e Venezuela.

Em 27 e 28 de abril de 2007, foi realizada em Barquisimeto, Venezuela, a V Reunião de Cúpula da ALBA, tendo como países observadores convidados o Uruguai, Equador, Dominica, Saint Kitts y Nevis, S. Vicente e Granada.
 
Numeroso contingente cubano presta “colaboração” a países integrantes da ALBA: 39 mil na Venezuela, 2.300 na Bolívia e 58 na Nicarágua.

A VI Reunião de Cúpula da ALBA foi realizada em Caracas dias 24 e 25 de janeiro de 2008 com a presença dos países-membros e dos convidados Granada, S. Vicente, Antigua, Barbados, Saint Kitts y Nevis, Equador, Haiti, Uruguai e Honduras. Nessa oportunidade, Dominica foi integrada formalmente à ALBA.

Em janeiro de 2008, em seu programa semanal de rádio “
Alô Presidente”, Hugo Chavez, acompanhado por Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, propôs a criação de uma força armada conjunta da Alternativa Bolivariana para as Américas, com o objetivo de enfrentar uma hipotética agressão dos EUA. Então, já integravam a Alba, a Bolívia, Venezuela, Cuba, Dominica e Nicarágua.  Indaga o autor deste artigo: para que a constituição de “uma força armada conjunta” para lutar contra a fome e a exclusão social?

Ainda em 26 de janeiro de 2008, Bolívia, Cuba, Venezuela e Nicarágua assinaram um documento fundando o
 Banco da ALBA, com um capital de US$ 1 bilhão, banco que deverá ser submetido a decisões políticas e não econômicas e financeiras, segundo disse o ministro venezuelano das Finanças, Rafael Isea.

Em um vídeo
 [*] que circula na Internet, citando Lula textualmente, Hugo Chávez disse que o Presidente do Brasil concordou em formar um Conselho de Defesa e, em conseqüência, um exército bolivariano para enfrentar o inimigo comum, os EUA.

Em 26 de março de 2008, ao desembarcar em Recife, onde se encontrou com o presidente Lula, Hugo Chávez defendeu a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul para a defesa da região, dizendo ser esse “
o plano de Bolívar”.

Em 23 de abril, no Palácio Miraflores, em Caracas, foi realizada uma reunião entre Hugo Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega e Carlos Lage, vice-presidente de Cuba. O ponto principal da reunião foi sentir a solidariedade dos países da ALBA “
ante os intentos separatistas da oligarquia na Bolívia”.

Foram essas as atividades da ALBA até o momento, atividades que certamente serão ofuscadas pela prioridade à formação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) constituída em reunião realizada dia 23 de maio de 2008, em Brasília, na qual o presidente Lula propôs - e não foi aprovada - a constituição de um Conselho de Defesa Regional, iniciativa que previa a convergência do Mercosul e da Comunidade Andina de Nações.
 

Essa idéia não aprovada deu origem à formação de um grupo de trabalho que deveria pronunciar-se sobre essa iniciativa nos seis meses seguintes. 
Para muitos analistas o Conselho de Defesa Regional iria configurar um intento de criação da Organização do Tratado de Defesa do Atlântico Sul, o tal “plano de Bolívar”, citado por Chávez em 26 de março de 2008, em Recife.
[*] 


http://www.dailymotion.com/video/x46u7g_alba-defensa_news

27 de abril de 2015
Carlos I.S. Azambuja é Historiador.

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