Ninguém duvida que, em todo o mundo, o político usa a mentira como a principal matéria prima para alcançar o poder e nele se manter.
Tal circunstância faz parte do mundo real e devemos conviver com ela, aceitando-a como uma das imperfeições da natureza humana, de difícil ou quase impossível correção no horizonte temporal visível.
Em alguns países democráticos, no entanto, onde as escolhas dos mandatários são feitas por eleitores com bom nível de educação, o alcance dessa prática de ilusionismo com a coisa pública tem limitações e, volta e meia, constatam-se situações nas quais os prestidigitadores são punidos com o ostracismo e não se aventuram em novas empreitadas de poder.
No Brasil, porém, onde a mistura mortal de votantes despreparados com políticos que se excedem na prática da mentira, elevando-a a quase uma atividade artística, o que se vê é a eternização de caciques dos quais a sociedade não consegue se livrar e que, quando menos se espera, voltam após mandatos vergonhosos.
O exemplo mais recente é o oceano de promessas falsas em que se transformou a última campanha eleitoral que resultou na vitória do partido há mais de 12 anos no poder e, noutro nível, a recente visita do Ministro Dias Toffoli à Presidente, seguida do anúncio dando conta de que tal encontro nada tem a ver com sua quase auto-apresentação como principal julgador do Petrolão.
Não há dúvida que temos pela frente uma estrada mais longa e mais difícil do que a dos países democráticos.
15 de março de 2015
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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