"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 19 de outubro de 2014

COM APOIO DE ROMÁRIO, PEZÃO ABRE FRENTE NA DISPUTA NO RJ

           
Senador eleito pelo Rio de Janeiro, Romário (PSB) anunciou, seu apoio formal à candidatura de Luiz Fernando Pezão (PMDB)
O senador Romário está reforçando o ataque de Pezão
 
Pesquisa do Datafolha concluída na quarta-feira, base da reportagem de Ítalo Nogueira na Folha de São Paulo, edição do dia seguinte, revela que Luiz Fernando Pezão abriu vantagem de 10 pontos sobre Marcelo Crivela na disputa pelo governo do estado do Rio de Janeiro nas urnas do próximo dia 26. Isso, considerando-se todas as intenções de voto, os números acentuam 46 a 36 pontos.
Mas 10% pretendem votar branco ou anular o sufrágio, enquanto a parcela de 8% reúne os ainda indecisos entre os dois candidatos.
Reduzindo-se o universo da pesquisa aos votos válidos (portanto excluindo-se os brancos, nulos e indecisos) a distância amplia-se para 12 pontos: Pezão 56; Crivella 44%.

Com o apoio que recebeu de Garotinho e Lindberg Farias, Marcelo Crivella havia subido na busca de votos, estabelecendo-se um equilíbrio no confronto. Porém, agora o levantamento do Datafolha publicado dia 16 pela FSP rompe o equilíbrio e passa a indicar o favoritismo do atual governador.

O que terá produzido a alteração? A mim parece que o apoio do senador eleito Romário a Pezão tem grande influência na mudança. Nas urnas do dia 5, o craque campeão do mundo na Copa de 94 obteve uma votarão superior a 60% do total de votantes e está comprovando seu poder de transferir boa parte dos sufrágios que alcançou para aquele a quem apoiar.

Sob este aspecto, tem-se nesse instante a certeza que sua importância política foi minimizada, primeiro pelo seu próprio partido, o PSB, depois tanto por Dilma Rousseff quanto por Aécio Neves. Pois o levantamento do Datafolha comprova sua importância no quadro eleitoral. Pezão a aproveitou bem. Dilma e Aécio ainda possuem tempo para tentar captá-la no plano nacional. Basta uma iniciativa nesse sentido e a disposição do próprio. Em matéria de comunicação veloz, este aspecto fica por conta da televisão.

RETA DE CHEGADA

Apoio importante o do senador Romário. Sobretudo na reta de chegada quando se luta para estreitar a faixa dos eleitores indecisos, cujas mudanças geram, em vários casos, efeitos surpreendentes. Veja-se o exemplo do Rio Grande do Sul. O Datafolha revela, na mesma edição da FSP, que o candidato do PMDB, José Sartori abriu nada menos que 17 pontos sobre o governador Tarso Genro, do PT – 52 pontos a 35 faltando praticamente dez dias para as urnas do segundo turno.

Vale notar a importância dos eleitores indecisos. Faixa sobre a qual Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de Pesquisas do Instituto, escreveram um artigo de análise na FSP também edição de quinta-feira. Concluiram que a interpretação das estatísticas conduz a que se considere o potencial de conversão dos indecisos para a atual presidente seja de 13%. O potencial de conversão desse eleitorado para o senador mineiro, acrescentam, é de 6%.

Note-se que o percentual de indecisos, por sua vez, é de 6 pontos. A diferença em favor de Dilma seria assim em torno de 1% dos votos que poderá adicional nos dias finais do confronto. Pouco. Porém o suficiente para talvez chegar a um empate em números absolutos.

Mas, análises prospectivas à parte, a mim parece que a sucessão presidencial de 2014 será decidida nas urnas de 26 à base do desempenho positivo que os dois candidatos conseguirem desenvolver no debate da Rede Globo marcado para o dia 23. Foi decisivo para a colocação das candidaturas no primeiro turno. Deverá ser decisivo para a eleição ou reeleição no segundo.

19 de outubro de 2014
Pedro do Coutto

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