"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A FALÊNCIA DAS PESQUISAS



Por incompetência ou má fé, os institutos de pesquisa deveriam ser banidos ou punidos, mas perderam toda sua credibilidade, apesar de haverem, na última semana e ontem, tentado ajeitar seus números fajutos anteriores. Admitir que tenham vendido seus números, seria a conclusão lógica, ainda que por falta de provas fique difícil a afirmação. A desmoralização, porém, é óbvia.

Tome-se, para começar, o Rio Grande do Sul. Passaram meses dando Ana Amélia como futura governadora. Pois o governador Tarso Genro chegou em segundoo lugar e Ivo Sartori em segundo.

O eleitorado gaúcho seria tão volúvel assim, a ponto de mudar de opinião em poucos dias? Em Pernambuco, passaram a apregoar a vitória de Armando Monteiro durante montes de boletins, mas será que Paulo Câmara já não era uma opção da maioria do eleitorado?

Na Bahia, Paulo Souto parecia imbatível, quebrou a cara, os institutos sequer situavam Rui Costa.   No Rio, Garotinho ocupou a pole-position fictícia sem que os encarregados da aferição popular ligassem para Luís Fernando Pezão. No final, deu no que deu.

Multipliquem-se os erros por outros estados, ainda que o artifício da “boca de urna” tenha servido para disfarçar malfeitos e até faturamentos. Nem se fala das eleições para senador, apesar da farsa do que se ouviu esta semana, de “com a margem de erro” tudo pode acontecer. Até diferenças de 3 ou 4 % de duvidas, “para cima ou para baixo”, com o ridículo de acrescentarem ser o “nível de confiança de 95%”…

Existem países, como a França, onde as pesquisas são proibidas, mas proibidos, mesmo, deveriam ser os elogios dos meios de comunicação aos erros dos institutos, mesmo diante de falhas tão gritantes. É a evidência de um execrável conluio. No fundo, tudo se resume a um embuste.

Vem aí o segundo turno. A lambança deverá repetir-se, num escândalo tão grande quanto o do mensalão ou o da Petrobrás. Dinheiro voltará a correr entre institutos e candidatos, felizmente superados pelo eleitorado, responsável pela única pesquisa confiável, a própria eleição.
Mesmo assim, as próximas eleições vem aí, daqui a dois anos, e as quadrilhas já estão preparadas para novas investidas.

ESCORREGÃO

Papelão, mesmo fez a Justiça Eleitoral, ao implantar a votação biométrica numa   série de estados. Em boa parte deles, não funcionaram as maquininhas de recolher as impressões digitais dos eleitores. O cidadão mostrava seus polegares e indicadores e nada se confirmava, obrigando o indigitado a repetir diversas vezes a tentativa de ser identificado. Será que a população perdeu a pele de seus dedos? O resultado foram longas filas, como em Brasília, pois as juntas apuradoras insistiam, até levando cremes para estimular, nos eleitores, aquilo que tecnologia não conseguia completar.

REPETIÇÃO

O pior de tudo é que, em termos nacionais, será preciso repetir tudo de novo, dia 26. Dilma chegou em primeiro lugar mas não deu para reeleger-se. A baixaria volta com redobrada intensidade, nas campanhas que recomeçam hoje. Mais ataques contra nossa paciência duas vezes por dia, no rádio e na televisão. Democracia é assim mesmo, melhor que seja assim…

06 de outubro de 2014
Carlos Chagas

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