"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O PAPEL DE STALIN NA GLORIFICAÇÃO DE HITLER


 
 
Já falei neste livro muitas vezes: O Grande Culpado, de Viktor Suvorov (Amarylis, 2010).
 
Quem não leu, não conhece os meandros da conspiração, os detalhezinhos sórdidos da manipulação desses grupelhos minoritários, sempre invocando largos princípios, apenas para chegar ao poder e perpetuar-se nele.  O autor é um dos gênios da espionagem soviética, best seller na Rússia, um dos poucos com cabedal para examinar os arquivos da extinta URSS.  O livro é um choque de cabo a rabo.
Vou dar um exemplo.  Há um capítulo chamado "O papel de Stálin na glofificação de Hitler".  Surpreso?  Eu também fiquei. 
Transcrevo:
 
"Stálin entendia, melhor do que qualquer outro, que a revolução chega como resultado de uma guerra.  A guerra acirra tensões, arruína economias e conduz a nação para perto de limites fatais, além dos quais cessa toda a existência.  Em matéria de guerra e paz, ele aderira ao seguinte princípio: se os social-democratas, com seu pacifismo, desviam a atenção do proletariado para longe da revolução e da guerra, uqe é a semente da revolução, então é preciso travar uma luta impiedosa contra os social-democratas.  Em 6 de novembro de 1927, Stálin lançou o slogan: "É impossível acabar com o capitalismo sem acabar com os social-democratas". (Pravda, 6 de novembro de 1927). No ano seguinte, Stálin declarou que a guerra aos social-democratas seria a primeira missão para os comunistas: "Primeiramente, uma luta contra os social-democratas em todas as frentes [...] incluindo a exposição do pacifismo burguês."  Com relação aos que queriam guerra – por exemplo os  "fascistas alemães" (os comunistas não os chamavam de "nazistas" porque não queriam que seu povo conhecesse o aspecto "socialista" e "trabalhador" do nome do partido de Hitler – a posição de Stálin era clara e rígida: deviam ser apoiados."
E foram os comunistas que deram a vitória ao Partido nazista em 1932, quando este estava em franco declínio e na bancarrota.  Hitler foi eleito com o apoio comunista.  Aí Suvorov tem um racional bem interessante:
 
"A democracia é estruturada de tal modo que, durante os pontos de virada da história, grupos minoritários assumem o papel principal.  [...]  Quando tudo vai bem, o povo concorda com o modo de ação dos líderes, mas em tempo de crise, surgem ideias e planos alternativos.  As alternativas políticas dividem a nação quase que por igual, em duas visões exatamente opostas.  Em tal situação, um terceiro grupo – minoritário – torna-se fazedor de reis e seu papel pode ser decisivo."
Suvorov formou-se na Academia Militar de Alto Comando de Frunze, em Kiev.  E recebeu o mais completo treinamento profissional que um oficial de inteligência pode receber.  Junte a isto o acesso a arquivos que ninguém viu e posso dizer a você, sem susto, mano: quem não leu esse livro não conhece os subterrâneos dos anos a partir da Revolução Russa, financiada com dinheiro alemão, nem dos anos de entre guerras nem da primeira metade da segunda guerra mundial.
 
Agora, faça um paralelismo com o que ocorre agora.  É só colocar o molho de Gramsci.
 
24 de setembro de 2014
João Guilherme C. Ribeiro é Empreendedor Cultural.

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