"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

RAINHA DE COPAS

BRASÍLIA - Seremos palco, neste ano, de dois megatorneios. A Copa começa nesta semana --em jogo, nossa grande paixão, o futebol. A eleição presidencial tem início oficial em julho --definirá o destino do país nos próximos quatro anos.

Técnico da seleção, Felipão tem um craque espetacular em seu time. Inspirado, Neymar pode nos levar ao hexacampeonato. Já Dilma Rousseff tem uma equipe que não empolga nem um pouquinho e joga um feijão com arroz básico.

Seu principal jogador é bastante questionado pela torcida. Titular da Fazenda, Guido Mantega é alvo de campanha para ser colocado na reserva. Foi destaque na equipe de Lula, mas perdeu rendimento.

Seu beque Alexandre Tombini, contam as más línguas, jogou a toalha e arma seu esquema apenas para evitar que a inflação estoure as redes da meta, de 6,5% ao ano.

Resultado, o placar da economia vai mal. Crescimento fraco, com risco até de recessão. E inflação pressionada, minando o poder de compra dos eleitores, que já ameaçam abandonar a torcida da petista.

Nos vestiários do poder, a culpa pelo jogo feio é colocada nas costas de Dilma. Centralizadora e adepta da terapia da bronca, ela não deixa sua equipe dar um drible a mais, armar jogadas novas. Seus jogadores acabam na retranca, com medo de perder a cabeça, ops, o cargo.

Sem falar que o esquema tático não é de Mantega nem de Tombini, mas dela, a dona da bola. Daí o desejo do empresariado e de petistas de substituí-la pelo reserva de luxo Luiz Inácio Lula da Silva.

Só que, ao melhor estilo Zagallo, Dilma parece dizer a seus companheiros: "Vocês vão ter de me engolir". Só que, se seu time continuar a decepcionar, o coro do "volta, Lula" pode ficar ensurdecedor.

Bem, a bola vai rolar. Vamos torcer pelo Brasil. Principalmente os petistas. A Copa --dentro e fora dos gramados-- pode ser mais decisiva do que se imaginava para a eleição.




11 de junho de 2014
Valdo Cruz, Folha de SP


Nenhum comentário:

Postar um comentário