"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 10 de maio de 2014

SERRA VICE DE AÉCIO? HIPÓTESE COMEÇA A GANHAR FORÇA NO PSDB



 
A indicação do ex-governador de São Paulo José Serra para a vaga de vice na chapa presidencial do senador Aécio Neves (MG) passou a ser discutida como uma possibilidade real dentro do PSDB. Serra e Aécio dizem não ter conversado pessoalmente sobre o assunto, mas já foram abordados por interlocutores dentro e fora do tucanato para tratar do tema.
 
A decisão é complexa. Envolve não apenas um cálculo político, mas também pessoal. Aliados de Aécio dizem que ele enxerga a tese da composição com Serra "mais com incredulidade do que com restrição".
Os que trataram com Serra sobre o assunto afirmam que o ex-governador não dá sinais de que toparia a empreitada, mas também não a rechaça.

 
Aécio e Serra tiveram por anos uma relação conturbada dentro do partido. Quando se firmou como uma das liderança na legenda, o senador mineiro passou a disputar com o paulista o posto de principal nome da sigla.
 
Em 2010, os dois ensaiaram partir para uma prévia para definir quem seria o candidato do partido à Presidência. Já naquela época houve uma tentativa (fracassada) de fazer com que formassem uma dobradinha.
 
Hoje, a defesa da chapa Aécio-Serra partiu de políticos ligados ao ex-governador de São Paulo. Ressaltando não falar em nome dele, alguns aliados encomendaram pesquisas em seus Estados, testando o nome de Serra na vice de Aécio.
 
No levantamento quantitativo, num primeiro momento, Serra adicionaria votos a Aécio. O ex-governador foi candidato à Presidência em 2002 e 2010. Os defensores da composição afirmam que, com ele na vice, Aécio garantiria votos em São Paulo –principal reduto de Serra.

10 de maio de 2014
caminho21
 
REJEIÇÃO
 
O problema, segundo aliados do senador, é que Serra tem hoje uma rejeição muito alta, na casa dos 40%. Esse grupo receia que o ex-governador possa transferir para a Aécio essa rejeição.
 
Ontem, questionado sobre os rumores de uma composição, Aécio elogiou o ex-governador, mas ressaltou não ter falado com ele.
 
"A essa altura essas especulações são naturais. Não sei nem qual é a disposição do ex-governador sobre isso. Minha confiança é, sempre, de que estaremos juntos", disse. Aécio falou ainda que o nome para a vice será debatido com os partidos aliados.
 
Serra, que vinha se mantendo distante da pré-campanha de Aécio, cruzou a agenda do mineiro por duas vezes nos últimos dez dias. Foi a um jantar oferecido pelo ex-prefeito Gilberto Kassab a Aécio em São Paulo e esteve, no último sábado, em uma exposição agropecuária onde o mineiro cumpria agenda.
 
Aécio disse não ter pressa para decidir sobre o tema. Os aliados de Serra também acreditam que ele só definirá seu futuro político na última hora. Hoje, ele estuda, além da vice de Aécio, a possibilidade de ser candidato a deputado ou senador.
 
Enquanto isso, Aécio tenta se firmar como principal nome na oposição à presidente Dilma Rousseff.
 
Nos últimos dias, o ex-governador Eduardo Campos (PE), nome do PSB para a disputa, tem feito questão de se distanciar de Aécio, com quem vinha fazendo uma espécie de dobradinha contra a petista. Ele ressaltou divergências com o mineiro nas áreas de segurança e saúde, e também nas propostas para a reforma tributária e controle inflacionário.
 
Ontem, Campos disse ter feito mais pela educação integral em Pernambuco do que os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro juntos. Aécio governou Minas por oito anos.
 
O tucano evitou polemizar, mas rebateu: "Não acho nada de novo naquilo que o Eduardo vem dizendo. [...] Mas é bom que o debate ocorra. Até porque, se fôssemos iguais, estaríamos no mesmo partido, apoiando a mesma candidatura".

10 de maio de 2014
 

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