"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de abril de 2014

ANDRÉ VARGAS, OS PARTIDOS E O PUNHO CERRADO DA CORRUPÇÃO


André Vargas e o punho cerrado da corrupção

Se você ainda tinha alguma dúvida de que no Brasil temos quadrilhas organizadas no Congresso Nacional ao invés de partidos políticos, as “façanhas” do deputado André Vargas devem ter sepultado de vez o restinho de inocência que você ainda tinha.
 
Aquela triste manifestação de solidariedade aos Mensaleiros, feita pelo deputado, em ato oficial da Câmara e diante do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) deu bem o tom de deboche com o qual o deputado (e muitos de seus colegas) trata o Brasil e os brasileiros.
 
Muito longe de ser um ato de manifestação inocente, a provocação refletiu o desprezo pela ética política, pela “coisa pública”, pelas leis e autoridades encarregadas de cumpri-las.
 
Se não estivéssemos em um ano eleitoral, assistiríamos (mais uma vez inertes) ao festival de baboseiras ditas em defesa do “nobre deputado” e a mão complacente do PT o afagaria alegremente, dando-lhe a certeza do “dever cumprido” para com o partido. Teríamos também de aturar mais um discurso inflamado do senador Eduardo Suplicy, defendendo o “cumpanheiro” injustiçado e perseguido pela imprensa e pelo Judiciário implacável.
 
Ao mesmo tempo, o ex-presidente Lula viria a público defender mais um ladrão e vomitar as besteiras de sempre diante dos microfones ávidos pela sua verborragia favorável a corrupção.
 
Mas, o “nobre deputado” deu azar. Estamos em um ano eleitoral; a economia vai de mal a pior; Dilma foi desmascarada e teve toda a sua incompetência exposta em rede nacional para quem quisesse ver.
 
Só então, tentando mascarar o cheiro de podre, a direção do partido esticou um lençol branco sobre o lodaçal e deixou passar a máquina de propaganda do partido, ordenando que o deputado renunciasse ao cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados.
 
 
André Vargas e o punho cerrado da corrupção
 
Até mesmo o “Grande Líder”, o ex-presidente Lula, virou as costas para André Vargas e ordenou que o partido o pressionasse para que renunciasse a vice-presidência e ao mandato (o que se tornou inútil agora que o processo no Conselho de Ética foi aberto). Nem mesmo o senador Suplicy (outrora uma grande figura de nossa política) ousou deixar a sua atual total irrelevância para se manifestar favoravelmente a mais um colega apanhado em mais uma mamata.
 
Isso mostra apenas como os partidos políticos em geral deixaram de ser fontes de grandes nomes, de líderes pensadores, de estadistas ou mesmo de simples pessoas interessadas em contribuir para o bem maior de nossa nação.
 
As constantes denúncias de corrupção envolvendo membros dos mais variados partidos (PT, PSDB, PSD, PSOL, PSTU, DEM , PMDB, etc…) deixam o brasileiro refém de um sistema completamente viciado e entregue ao desânimo, a desesperança e ao desalento. Não havendo hoje qualquer vislumbre de mudança em nosso horizonte.
 
A pressão popular, esporádica e mal direcionada, é ineficaz para mudar o cerne do problema que reside nos próprios partidos políticos. Exigir melhores quadros, integridade e lisura dos candidatos (antes e depois de eleitos), apresentar pessoas de melhor qualificação moral, ética e intelectual (sem "frescuras" puritanas baratas) e sepultar, de uma vez por todas, a indicação de celebridades caça-votos ou de elementos com dezenas de condenações ou processos judiciais com as mais diversas acusações e crimes praticados.
 
É dever do partido referendar bons candidatos, assim como é dever do eleitor exigir isso e votar apenas nos mais éticos e nos mais atuantes; deixando de lado as figuras já carimbadas da política que tem verdadeiras “folhas corridas” junto ao Judiciário.
 
Enquanto o brasileiro não entender isso, continuaremos a ser assaltados pela afronta de políticos erguerem descaradamente o punho cerrado da corrupção em desafio a lei, a ética e ao próprio significado da palavra nação.
E você, o que pensa disso?
 
13 de abril de 2014
visão panorâmica

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