"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 13 de março de 2014

ALGUÉM SE LEMBRA DOS "ANÕES DO ORÇAMENTO"? POIS É... ASSIM É QUE SE FAZ A JUSTIÇA NO BRASIL!!!

20 anos depois, enfim é preso um dos membros da quadrilha dos anões do orçamento. E os outros???…


Conhecido como o delator do escândalo político “Anões do Orçamento”, o ex-chefe da assessoria de orçamento do Senado Federal, José Carlos Alves dos Santos, 71 anos, foi preso por volta das 8h desta quinta-feira (13/3). A ação ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão condenatória expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP) de Brasília.
Em 2002, José Carlos foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de corrupção passiva e sentenciado pela Justiça a dez anos e um mês de reclusão.
 
Dez policiais foram mobilizados para a prisão, que ocorreu na residência dele, no Lago Norte. Sem oferecer resistência, ele foi levado para a carceragem do DPE. Segundo o delegado Sérgio Henrique de Araújo Moraes, da Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI), o ex-assessor deve cumprir, a princípio, pena em regime fechado.
No entanto, por ter mais de 70 anos e problemas de saúde, como o condenado alegou, a defesa pode pedir na Justiça a redução da pena ou cumprimento em regime domiciliar.

EMENDAS MANIPULADAS

O esquema criminoso, que foi testemunhado há 20 anos pelo Brasil, envolvia políticos que manipulavam emendas parlamentares. O objetivo era desviar dinheiro público por meio de entidades sociais fantasmas ou com a ajuda de empreiteiras.
O escândalo foi descoberto depois que José Carlos Alves, então assessor da comissão, foi preso como mandante do assassinato da própria mulher, Ana Elizabeth Lofrano, que havia ameaçado denunciar o esquema.

Com a repercussão do caso, ele resolveu delatar o crime, comandado pelo ex-deputado João Alves, que para justificar o alto padrão de vida, alegava ganhar sucessivos prêmios milionários na loteria (56 vezes só em 1993).
Foi o primeiro escândalo político em que os parlamentares investigaram os próprios colegas na CPI do Orçamento. Na época houve boatos de que grandes nomes teriam sido retirados da lista de investigados.
A culpa recaiu então apenas sobre o “baixo clero”, nome que denomina deputados de menor expressão na Câmara. A denominação de “anões” era uma alusão à coincidência de serem os principais envolvidos homens de baixa estatura física.

João Alves morreu em novembro de 2004, aos 85 anos, vítima de câncer pulmonar. Ele havia renunciado em março de 1994 para escapar da cassação e da perda de direitos políticos, mas não voltou a se candidatar. Na época, a CPI do Orçamento cassou os mandatos de seis deputados: Ibsen Pinheiro (RS), Carlos Benevides (CE), Fábio Raunheitti (RJ), Feres Nader (suplente, RJ), Raquel Cândido (RO) e José Geraldo Ribeiro (MG).
###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGComo fazia o macaco no antigo programa humorístico de Jô Soares, poderíamos perguntar: “E os outros???”. Vinte anos se passaram e nada aconteceu, mostrando que o Brasil é mesmo o país da impunidade.  (C.N.)
 
13 de março de 2014
Jacqueline Saraiva
Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário