"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

SEM A "HERANÇA MALDITA", DILMA PERDEU O NEXO

A caminho de completar 14 anos no poder federal, o PT já não pode invocar a “herança maldita” do passado recente para justificar as mazelas do presente. A falta dessa muleta retórica começa a tirar do prumo o discurso de Dilma Rousseff.
 
Nesta quarta-feira (11), a presidente discursou na abertura do 8º Encontro Nacional da Indústria. A alturas tantas, disse que vai priorizar as concessões de ferrovias à iniciativa privada em 2014.
 
Dilma disse acreditar que é “essencial para o Brasil investir em parceira com o setor privado num sistema ferroviário de porte nacional.” Para ela, “é inadmissível que um país de dimensões continentais não tenha esse investimento.”
 
Língua em riste, a presidenta arrematou: “É imperdoável não termos feito, nos dois séculos anteriores —final do século 19 e em todo o século 20. Mas o século 21 exigirá necessariamente, pela dimensão do Brasil, um sistema ferroviário de porte internacional.”
 
Dilma parece ter perdido o nexo. É como se tivesse se desobrigado de fazer sentido. Renderia homenagens à lógica se informasse à plateia por que não priorizou as parcerias ferroviárias nos seis anos em que foi a “mãe do PAC” do governo Lula. Faria ainda melhor se explicasse como se perdoou por não ter iniciado nos dois primeiros meses de seu governo a recuperação do “imperdoável” atraso dos “dois séculos anteriores”.

12 de dezembro de 2013
Josias de Souza - UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário