"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 1 de setembro de 2019

O BILHETE


Sala de aula é lugar pra muita coisa: aprender, ensinar, conhecer, brigar, namorar, descobrir, rir, chorar… E, pessoalmente, acho que vêm das salas de aulas muitas das minhas melhores lembranças. E alguns dos meus melhores amigos, como a pessoa que me inspira a escrever esta nota.

Porque sala de aula também é lugar de bilhetinhos. E podem me dizer que a tecnologia mudou e que, agora, os colegas compartilham torpedos, SMS, atualizações de linha de tempo ou de whatsapp e seja lá mais o que for. A plataforma muda, mas a troca furtiva de mensagens geralmente “ultrassecretas” continua.

Eu já passei por “saias justas” com bilhetes… No primeiro ano do Ensino Médio, a professora de português interceptou uma comunicação ativa que meu grupo de colegas tecia justamente sobre… a professora de português… E, como se pode bem imaginar, não se tratava de um poema coletivo sobre suas virtudes.

Da época de universidade, ainda guardo alguns tesouros, como composições coletivas de histórias que tinham como mecanismo um papel circulando de mesa em mesa. Algumas tão boas que ainda me fazem rir, apesar de tanto tempo passado. O que só me faz pensar que não tem nada melhor do que uma sala de aula para o desenvolvimento de uma criatura, porque mesmo a aula mais chata pode ser lugar para grandes inventos criativos.

Mas o bilhete melhor sucedido dessa época foi trocado, exatamente, no dia 14 de abril de 1995. Era o primeiro ano da faculdade e os grupos ainda estavam se formando. Apesar de ainda não sermos muito próximas, eu enviei um bilhetinho de feliz aniversário pra Angelica.

Bendito bilhetinho! Fez a ponte necessária com uma das minhas melhores amigas da universidade e da vida, uma pessoa que admiro pelo caráter e pela honestidade com que trata as pessoas, pelo compromisso e pela dedicação com que se dedica àqueles a quem ela ama, pelo bom humor e pela boa companhia que ela brinda a quem com ela compartilha a caminhada.

Durante os quatro anos de universidade, quantas dezenas, centenas talvez, de bilhetinhos. Fuxicos de amor, maledicências, conspirações (das mais “perigosas” que adolescentes podem fazer, como o que vestir ou levar pra festa da semana), corações partidos, dúvidas existenciais, sonhos sonhados, sonhos realizados… Memórias e mais memórias. Boas memórias.

Nosso primeiro bilhete de amizade faz aniversário hoje e pensei que essa data merecia outras linhas de comemoração. Para lhe desejar outro feliz aniversário. E para almejar muitos mais bilhetinhos – em outras plataformas, tudo bem – com fuxicos de amor, maledicências, sonhos sonhados e sonhos realizados.


01 de setembro de 2019
in Filosofia de botequm

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